Ônibus elétricos são apontados como exemplos de ações em prol do clima na Pré-COP 26 na capital paulista

Diário do Transporte

 

Os ônibus elétricos ganharam destaques nos debates sobre mudanças climáticas da “Pré-COP 26”, evento que será realizado até esta sexta-feira, 08 de outubro de 2021, na capital paulista, para anteceder a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 26), que vai ocorrer em Glasgow (Reino Unido), em novembro deste ano.

 

No evento da cidade de São Paulo, representantes de diversos países apresentam experiências em áreas como Política Ambiental da Cidade; Plano Climático; Mobilidade Urbana; Educação Ambiental e Gestão de Resíduos.

 

No primeiro dia de encontro, nesta quinta-feira, 07 de outubro de 2021, o prefeito de São Paulo reafirmou a promessa de ter ao menos 20% de toda a frota de cerca de 13 mil ônibus atuais de modelos elétricos.

 

“Temos no nosso PlanClima o compromisso da redução de 50% de emissão de gases do efeito estufa até 2030 e de 100% até 2050. Dentro desse contexto, temos uma das maiores frotas de ônibus do mundo e iremos substituir, no mínimo, 20% por ônibus elétricos. Isso dará uma qualidade de transporte muito boa, sem a emissão de gases poluentes”, destacou Ricardo Nunes, de acordo com nota da prefeitura.

 

Como mostrou o Diário do Transporte, a capital paulista tem atualmente apenas 219 veículos movidos a eletricidade, sendo que 201, são trólebus (conectados à rede aérea).

 

De acordo com planos elaborados pelas viações e apresentados pela SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora do sistema, 2.620 ônibus elétricos estavam previstos para rodar em 2021 para cumprir metas de redução de emissões atmosféricas presentes em contratos assinados em 2019.

 

A prefeitura de São Paulo apresentou então um novo número por meio de seu programa de metas: 2,6 mil ônibus elétricos novos deverão ser adicionados à frota até 2024.

 

O Diário do Transporte mostrou que, em decorrência dos efeitos econômicos e logísticos da pandemia de covid-19, as exigências de troca de frota e o avanço da implantação da nova rede de transporte foram congeladas.

 

Moscou

 

Na abertura do evento em São Paulo, o chefe do departamento de gestão de recursos naturais e proteção ambiental de Moscou, Anton Kulbachevskiy, disse que a cidade possui atualmente 750 coletivos elétricos e que até 2025 todos os demais ônibus que emitem gases de efeito estufa na operação devem deixar as ruas da capital russa.

 

“Estamos evitando carros mais poluidores. Desde 2020, já diminuímos as emissões em 25%. Neste ano, pela primeira vez, Moscou está aplicando um bilhão de dólares nas questões do verde. Existem 750 ônibus elétricos em Moscou e, em 2025, vamos descontinuar todos os outros que são poluidores do ambiente”

 

Outras ações 

 

A prefeitura de São Paulo destacou na nota outras ações relacionadas à mobilidade e meio ambiente.

 

Durante a abertura do evento, o prefeito Ricardo Nunes destacou algumas das ações executadas pela cidade de São Paulo como o edital de R$ 350 milhões para construção de calçadas, ampliação de áreas verdes com a criação de novos parques e unidades de conservação, jardins de chuva, elaboração do PlanClima, redução de taxas para veículos elétricos, implantação de transporte hidroviário, DRT, Polo de Ecoturismo e a despoluição do Rio Pinheiros.

 

Segundo a prefeitura, atualmente, a cidade de São Paulo possui 48,13% de seu território com cobertura vegetal, o que representa dois desafios: manter e ampliá-la com os jardins de chuva. “A meta no C40 é que cada cidade tenha 30% de área com cobertura vegetal. Nós já passamos esses índices e vamos ampliá-los. Vamos incentivar ainda mais o uso da bicicleta. Uma empresa deve iniciar, nas próximas semanas, a locação de patinetes”, disse o Nunes, de acordo com a nota.

 

A secretária municipal de Relações Internacionais, Marta Suplicy, disse que para a ampliação de ações voltadas para o meio ambienta na cidade de São Paulo, os apoios internacionais são fundamentais.

 

“Precisamos de investimentos e de interlocução internacional. Para isso temos que nos diferenciar da política ambiental brasileira. Daí o convite a personalidades do exterior com importância internacional, para entender que São Paulo é baluarte na defesa do meio ambiente e tem feito muito”, disse Marta Suplicy. (Diário do Transporte/Adamo Bazani)