Diário do Transporte
“A Daimler está se transformando em duas empresas – fortes e independentes. Por um lado, há carros e vans, por outro lado, caminhões e ônibus”. Foi desta forma que o presidente do conselho de administração da Daimler AG e chefe da Mercedes-Benz, Ola Källenius, descreveu de forma sucinta o resultado da Assembleia Geral Extraordinária dos acionistas da empresa automobilística alemã realizada nessa sexta-feira, 01 de outubro de 2021.
O realinhamento histórico da empresa na visão da Daimler, num processo conhecido no mercado como spin-off, levará as ações das duas divisões para a bolsa de valores.
A cisão do negócio de caminhões e ônibus, anunciada no início de 2021, e a subsequente listagem da Daimler Truck Holding AG como uma empresa independente na Bolsa de Valores de Frankfurt, tiveram a aprovação de 99,90% do capital social.
Os acionistas aprovaram também a renomeação da Daimler AG como Mercedes-Benz Group AG, com efeitos a partir de 1 de fevereiro de 2022. Em comunicado oficial, a Daimler informa que o novo nome enfatiza o foco futuro em carros e vans das marcas Mercedes-Benz, Mercedes-AMG, Mercedes-Maybach e Mercedes-EQ.
A Daimler acredita que ambas as divisões do grupo deverão ser capazes de responder melhor ao ambiente de negócios em rápida mudança. No caso da divisão de caminhões e ônibus a Daimler manterá uma participação de 35%.
Em torno de 3.000 pessoas acompanharam a Assembleia Geral Extraordinária virtual pela Internet. Estava representado um total de 56,45% do capital social.
Foco na descarbonização e digitalização
Em sua apresentação, o presidente do conselho de administração da Daimler AG e chefe da Mercedes-Benz, Ola Källenius, afirmou estar profundamente convencido que a descarbonização e a digitalização levarão a empregos bons e seguros no futuro.
“Estamos adicionando 3 mil pessoas ao nosso time. Mil desses empregos serão criados na Alemanha, porque o software também é uma parte central de nossa estratégia. É claro que a transformação também exige decisões difíceis. Precisamos de estruturas disponíveis para o futuro”.
Källenius ressaltou que em 2020 foram treinados 20 mil colegas em Mobilidade Elétrica na Alemanha. “Nós desenvolvemos novas habilidades e expertises”, afirmou, reforçando que a posição da empresa está voltada para a mobilidade elétrica no futuro.
Até 2025, a previsão é que 50% das vendas da empresa sejam de veículos neutros de CO2. “Até o final desta década estaremos prontos para a mudança completa”, disse o executivo, afirmando a disposição de produzir 100% de veículos elétricos.
Até 2025, disse Ola, “teremos uma alternativa elétrica para todos os modais”.
A empresa se identifica com o Acordo Climático de Paris e afirma em comunicado em seu site que o objetivo de descarbonizar o setor será levado adiante: “o transporte neutro de CO2 nas vias e estradas até 2050 é o objetivo final”. (Diário do Transporte/Alexandre Pelegi)