Venda de “carro voador” puxa alta da Embraer

O Estado de S. Paulo

 

A fabricante aeronáutica brasileira Embraer, por meio de sua empresa Eve Urban Air Mobility, recebeu encomenda de até 100 “carros voadores” da operadora global de helicópteros Bristow, companhia com a qual assinou acordo para atuarem no desenvolvimento de um certificado de operador aéreo para sua aeronave elétrica de pouso e decolagem vertical (eVTOL).

 

De acordo com comunicado, o memorando de entendimento visa a desenvolver um modelo de operação de Mobilidade Aérea Urbana (UAM), com a entrega das aeronaves prevista para começar em 2026.

 

As ações da Embraer disparam ontem na B3, a Bolsa paulista, depois do anúncio do acordo. Ao fim do dia, o papel subiu mais de 12%, liderando as altas do Ibovespa. Além do contrato, contou a favor da fabricante o bom humor geral com o setor de aviação e turismo, que também se refletiu em fortes valorizações das companhias aéreas Gol e Azul no dia.

 

“A Embraer vem se recuperando de maneira célere desde o seu período mais negativo, atingido durante 2020. Diversas parcerias têm sido anunciadas, com destaque para a Eve, que tem se posicionado como um dos principais players globais no desenvolvimento de aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical para mobilidade urbana”, diz Luis Sales, analista da Guide Investimentos.

 

Na visão de Ilan Arbertman, analista da Ativa Investimentos, a parceria com a Bristow é “estratégica pela capacidade do parceiro, mundialmente conhecido pelo fornecimento de serviços periféricos à aviação bem como no oferecimento de voos avulsos, motivando assim a recepção positiva da notícia por parte do mercado”.

 

O acordo prevê, além da entrega dos “carros voadores”, design de vertiportos. Não foi informado o valor do negócio. “Esse memorando de entendimento estratégico prevê o desenvolvimento contínuo de um modelo abrangente de UAM entre Bristow e Eve para um eVTOL que pode, potencialmente, remodelar o mercado para todos os voos verticais elétricos com emissões zero de carbono e custos operacionais mais baixos”, disse o presidente da Bristow, Chris Bradshaw, em nota. (O Estado de S. Paulo/Luana Pavani e Niviane Magalhães)