Great Wall deve começar a produzir no Brasil em 2023

O Estado de S. Paulo

 

Depois de adquirir, no mês passado, a fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis, no interior de São Paulo, a Great Wall finaliza os processos legais de transferência das instalações para começar a preparar as linhas aos utilitários esportivos e picapes que a montadora chinesa pretende fabricar no local.

 

Embora a montadora tenha comprado uma fábrica já erguida, incluindo os equipamentos que eram usados até dezembro de 2020 na montagem de automóveis premium da Mercedes, a adaptação da unidade ao padrão industrial da Great Wall na China não será um processo tão rápido quanto possa parecer. Pelo cronograma, os carros da montadora só devem começar a ser produzidos no Brasil nos primeiros meses de 2023.

 

Esse é o prazo que a empresa deve levar para desenvolver fornecedores locais e uma rede de revendas – cuja cobertura deve ser nacional – e ampliar a capacidade, de 20 mil para 100 mil automóveis por ano, entre outros trabalhos de adaptação. No total, essas mudanças vão consumir investimentos estimados em aproximadamente R$ 4 bilhões nos próximos cinco anos.

 

“O arranque da fábrica seria no início de 2023”, contou o diretor de planejamento de produto e estratégia da Great Wall, Anderson Suzuki, durante participação, ontem, no Broadcast Live, programa transmitido pelos canais da Agência Estado no YouTube e no LinkedIn.

 

Nos próximos dois meses, estimou Suzuki, a fábrica deve ser completamente transferida ao grupo chinês, que poderá começar a transformar as instalações. A intenção é iniciar as importações antes do início da produção. No segundo semestre de 2022, os primeiros carros da Great Wall devem chegar ao País.

 

Ao justificar a decisão de investir no Brasil depois de tanto a Mercedes quanto a Ford terem desistido de produzir automóveis no País, Suzuki afirmou que o mercado brasileiro tem potencial de voltar nos próximos anos a algo na faixa entre 3 milhões e 3,5 milhões de carros, ante 2,1 milhões de 2021. “É também um mercado competitivo. Praticamente, todas as marcas já estão presentes aqui com produção ou importação”. (O Estado de S. Paulo/Francisco Carlos de Assis e Eduardo Laguna)