UOL Economia
O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Carlos Moraes, afirmou na última quarta-feira (8) que as montadoras veem com preocupação os impactos da falta de chuva na geração de energia. O país vive a pior seca em 90 anos, o que vem baixando o nível das hidrelétricas e forçando o acionamento de termelétricas, que geram energia mais cara. Segundo especialistas, o risco de apagão não está descartado, e há necessidade de racionamento.
De acordo com Moraes, as montadoras vêm acompanhando o cenário semanalmente, com informações fornecidas pelo Ministério de Minas e Energia e também pelas comercializadoras de energia.
Programa para redução do consumo
Em agosto, na tentativa de estimular a economia de energia, o governo federal lançou um programa voluntário de redução de consumo para indústrias. De acordo com Moraes, a Anfavea ainda não tem um levantamento de quantas montadoras vão aderir à iniciativa, já que a decisão depende de cada planta.
Programas voluntários e conta mais cara
Além do programa para redução de consumo na indústria, o governo federal também lançou uma iniciativa para estimular os consumidores residenciais a gastarem menos. Os dois programas, porém, são voluntários. Por isso, segundo especialistas, podem ser insuficientes diante da situação crítica enfrentada pelo setor elétrico.
A falta de água também encareceu a energia, já que termelétricas precisaram ser acionadas para suprir a demanda. No caso dos consumidores residenciais, o aumento de preço está sendo repassado pelas bandeiras tarifárias. Desde o começo de setembro está em vigor a bandeira de escassez hídrica, que adiciona R$ 14,20 à conta por cada 100 kWh consumidos.
Falta de peças
O aumento dos gastos com energia elétrica se junta a outros desafios enfrentados pela indústria automotiva. Com a pandemia, estão faltando peças para as montadoras, em especial componentes eletrônicos.
Segundo balanço divulgado pela Anfavea nesta quarta, houve paralisações totais ou parciais de 11 fábricas em agosto por causa da falta de peças. No mês passado, a produção de veículos foi de 164 mil unidades – uma queda de 21,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado é o pior para um mês de agosto desde 2003. (UOL Economia/Giulia Fontes)