AutoIndústria
Com procura acima da oferta, o mercado de máquinas agrícolas segue com números positivos, mas sem conseguir atender os clientes no curto prazo. Ao divulgar o balanço das vendas do setor no acumulado até julho, a Fenabrave informa que alguns modelos de tratores e colheitadeiras estão com entregas programas apenas para 2022.
“Há boa demanda para o segmento, dados os recordes apresentados pelo agronegócio. Mas como falamos de máquinas altamente tecnológicas, com muitos recursos computadorizados, a crise dos semicondutores impacta bastante a produção”, comenta o presidente da entidade, Alarico Assumpção Júnior.
Pelo fato de não serem emplacadas como os automóveis e caminhões, o levantamento das vendas de máquinas agrícolas feito pela Fenabrave depende de informações colhidas junto aos fabricantes e, por isso, o balanço do segmento tem sempre um mês de defasagem em relação aos veículos automotores.
No acumulado dos primeiros sete meses do ano foram comercializados 30.673 tratores e caminhões, o que representou alta de 30,8% sobre o mesmo período do ano passado. Em julho foram vendidas 5.191 unidades, número similar ao de junho (5.194), mas 17,5% superior ao de idêntico mês de 2020 (4.417 negócios).
“A comercialização das máquinas agrícolas segue em ritmo bastante superior ao de 2020, mas as dificuldades enfrentadas pela indústria impedem uma recuperação mais robusta”, reforça Assumpção Júnior, informando que diante desse quadro a entidade mantém projeção de o segmento crescer 20,4% no acumulado do ano.
Além da falta de semicondutores que afeta o setor automotivo mundialmente, os fabricantes de máquinas agrícolas também enfrentam problemas com escassez de aço e pneus, dentre outros insumos e componentes, conforme informou o vice-presidente da New Holland Agriculture para a América do Sul, Rafael Miotto, durante o lançamento das famílias de tratores T8 e T9 no final de maio.
Na época, inclusive, ele revelou que a produção dos novos modelos programada para este ano já estava previamente vendida. Ou seja, novas encomendas teriam entregas só em 2022, apesar dos investimentos que a empresa realiza em aumento de capacidade de sua fábrica de Curitiba, PR. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)