CNN Brasil
A confiança do Empresário Industrial (ICEI) voltou a subir em agosto e permaneceu acima dos 50 pontos em todos os 30 setores industriais brasileiros, segundo uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na última terça-feira (24).
O resultado representa a quarta alta consecutiva registrada pelo setor, após forte queda ocasionada pela pandemia de Covid-19. O ICEI varia entre zero e 100 pontos, sendo que valores acima de 50 pontos indicam que os empresários estão confiantes com o futuro do setor e no melhor cenário econômico para os próximos meses.
“A avaliação positiva é influenciada pelo andamento da vacinação e expectativa de bons efeitos disto na atividade econômica, além da recuperação que já se vê agora”, explica Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI.
Os empresários responsáveis pelo setor de Máquinas e equipamentos são os mais confiantes em agosto, com 66,6 pontos. Logo em seguida, aparecem as indústrias de produtos Químicos e Diversos com 65,9 e 65,8, respectivamente. Já o setor com menor índice de confiança é o de Bebidas, com 56,8 pontos.
“No mês, a confiança cresceu em 21 dos 30 setores da indústria analisados, não variou em dois deles e recuou nos demais setores. Em seis dos sete setores em que houve queda de confiança, a queda foi menor que um ponto. O único setor que registrou queda de confiança mais intensa foi Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos, cujo índice recuou 3,7 pontos”, ressalta um trecho da pesquisa.
Perfil dos empresários confiantes
A pesquisa divulgada pela CNI mostra que as empresas de grande porte são as mais confiantes para a retomada econômica no país, atingindo 69,2 pontos entre os 100 possíveis. As pequenas e médias corporações alcançaram 61,7 e 62,5 pontos.
Os dados revelam ainda que os empresários da Região Norte do país são os mais confiantes, com 66 pontos. Os gestores da Região Sul aprecem em segundo lugar com 64,6 pontos, seguido por Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste.
O professor de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Joelson Sampaio, detalhou à CNN o perfil das indústrias com a maior confiança. De acordo com ele, as empresas de pequeno e médio porte foram as que mais sofreram na pandemia.
“O tamanho da organização ajuda a explicar a capacidade de recuperação. A grande indústria tem um poder maior de reação, muito em função da capacidade financeira, além de uma maior condição de análise de um cenário macroeconômico. Já em relação a região, nós temos que perceber a característica de cada local do Brasil. Tanto o Norte com o Sul do país são especializados em comercialização de commodities”, disse. (CNN Brasil/Lucas Janone e Camile Coutoda)