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O aumento de investimento tanto de montadoras novas quanto já estabelecidas no mercado de veículos elétricos é uma bonança para fornecedores de equipamentos de fábrica que enviam picaretas e pás aos garimpeiros da corrida do ouro do EVs.
O bom momento para fabricantes de robôs e outros equipamentos de produção reflete a recuperação mais ampla da indústria nos Estados Unidos. Após cair para 361,8 milhões de dólares em abril de 2020, novos pedidos fizeram com que subisse para quase 506 milhões de dólares em junho, segundo o Departamento do Censo dos EUA.
Novas fábricas de veículos elétricos, financiadas por investidores que arrebataram novas ações públicas em empresas como a startup de veículos elétricos Lucid Group estão ampliando a demanda.
“Não tenho certeza se chegou ao clímax ainda. Tem muito chão pela frente ainda”, disse Andrew Lloyd, líder do segmento de electromobilidade da Comau, fornecedora da Stellantis, em uma entrevista. “Nos próximos 18 a 24 meses, haverá uma demanda grande para nós.”
O crescimento no setor de EVs, impulsionado pelo sucesso da Tesla, acontece junto com a produção normal de fabricantes de equipamentos para a indústria de veículos alimentados por gasolina.
Montadoras investirão mais de 37 bilhões de dólares em fábricas na América do Norte, entre 2019 e 2025, com entre 15 a 17 novas fábricas nos EUA, segundo a LMC Automotive. Mais de 77% desse gasto será direcionado a projetos de SUVs ou veículos elétricos.
Fornecedoras de equipamento não têm pressa para aumentar a sua capacidade de produção que já está quase no máximo.
“Há um ponto natural em que diremos ‘não’ para novos negócios”, afirmou Lloyd, da Comau. Em apenas uma área de uma fábrica, como a de pintura ou carroceria, uma montadora pode facilmente gastar de 200 milhões a 300 milhões de dólares, afirmaram autoridades da indústria.
“O velho Oeste”
“Essa indústria é o Velho Oeste neste momento”, disse o vice-presidente do segmento automotivo e de pneus da Rockwell Automation, John Kacsur, à Reuters.
“Há uma corrida maluca para levar essas novas variantes de EV ao mercado.”
Montadoras assinaram acordos para fornecedores construírem equipamentos para 37 EVs entre este ano e 2023 na América do Norte, segundo a consultora da indústria Laurie Harbour. Isso exclui todo o trabalho sendo feito para veículos alimentados por gasolina.
Pedidos recebidos pela Kuka AG, uma empresa de automação de manufatura que pertence ao chinês Midea Group, cresceu 52% na primeira metade de 2021, para pouco menos de 1,9 bilhões de euros (2,23 bilhões de dólares) – o segundo maior patamar em um período de seis meses na história da empresa, devido à forte demanda na América do Norte e na Ásia.
“Deixamos de ter capacidade para trabalhos adicionais cerca de um ano e meio atrás”, disse Mike LaRose, CEO do grupo automotivo da Kuka nas Américas. “Todo mundo está tão ocupado, não tem espaço no chão da fábrica.” (Portal Terra/Reuters/Ben Klayman)