AutoIndústria
Apesar da retração das vendas em junho sobre maio tanto para as montadoras como para o mercado de reposição, a indústria de autopeças registra crescimento de 40% no acumulado de 12 meses em relação ao mesmo intervalo anterior. É o indicativo, segundo o Sindipeças, que melhor retrata o desempenho do setor, visto que o comparativo semestral é distorcido pelo colapso verificado entre abril e junho do ano passado, com o fechamento de plantas industriais e o isolamento social nas grandes cidades.
A utilização da capacidade instalada manteve-se em 75% em junho e a criação de empregos exibiu variação positiva de 0,8% em relação a maio, com aumento de 12,1% em base interanual. Para os últimos 12 meses, no entanto, a variação segue negativa em 2,9%, conforme pesquisa conjuntural divulgada pelo Sindipeças em seu site esta semana.
“Apesar da persistência da pandemia e da escassez dos insumos, sem ignorar os elevados preços das matérias-primas, a indústria de autopeças vem preservando bons resultados”, avalia a entidade em sua análise do balanço semestral do setor.
Se forem considerados os primeiros seis meses do ano, a alta em relação à idêntico período de 2020 chega a 96,8%%, com as vendas para as montadoras, que respondem por 60% do faturamento das autopeças, registrando crescimento de 112%.
“As dificuldades para importação de componentes eletrônicos, especialmente semicondutores, que estão provocando interrupção de turnos e paralisação de plantas automotivas, contribui para uma retração de 2,9% nas entregas para as montadoras no comparativo de junho com maio”, informa o Sindipeças.
O mercado de reposição também teve retração de 4,9% no comparativo mensal, enquanto as exportações em dólares aumentaram 12,7%, compensando, com folga, a diminuição sofrida em maio, que foi de 4,8%. “Esse aumento expressa o gradual retorno à normalidade dos mercados externos, apesar da ameaça trazida pela variante Delta da Covid-19, bem como a posição média da taxa de câmbio acima de R$/US$ 5 na transcursão do primeiro semestre”, avalia o Sindipeças. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)