O Estado de S. Paulo
A balança comercial brasileira registrou superávit US$ 7,4 bilhões em julho, com crescimento nas exportações e importações ante julho de 2020, segundo a Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Economia.
O superávit em julho é o segundo maior para o mês da série histórica, iniciada em 1989, atrás apenas do registrado no período em 2020, de US$ 7,6 bilhões. O resultado ocorre quando as exportações superam as importações.
No mês passado, a corrente de comércio (soma das exportações e importações) avançou 46,2%. As exportações somaram US$ 25,5 bilhões, uma alta de 37,5 % ante julho de 2020. As importações chegaram a US$ 18,1 bilhões, um avanço de 60,5% na mesma comparação.
Para o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, o resultado mostra que o Brasil colhe frutos de ter parceiros comerciais que estão conseguindo se recuperar da crise sanitária. “Os parceiros comerciais, como a Argentina, que estava em recessão, estão comprando mais. Mesmo que a base de comparação seja fraca, o dado demonstra a recuperação forte dos parceiros comerciais do Brasil. Não basta ter moeda desvalorizada para exportar, precisa ter comprador, e do outro lado os países estão consolidando a recuperação econômica”, diz Agostini.
De janeiro a julho, a balança comercial acumula superávit de US$ 44,127 bilhões, 47,6% maior do que no mesmo período do ano passado. Nesse período, houve um aumento de 35,3% nas exportações, enquanto as importações cresceram 30,9%.
O Ministério da Economia projeta um superávit comercial de US$ 105,3 bilhões neste ano – o que, se confirmado, vai ser o recorde para toda a série histórica e mais do que o dobro do obtido em 2020.
Pelas previsões atuais da Austin, a balança deve fechar o ano com superávit menor, de US$ 68,7 bilhões. Caso o ritmo mostrado nos sete primeiros meses seja mantido, o saldo pode chegar a US$ 77 bilhões, afirma Agostini.
Segundo Agostini, como países desenvolvidos estão mantendo estímulos dados na pandemia – ele cita como exemplo o Federal Reserve (o banco central americano), que segue injetando dinheiro na economia e adia a alta dos juros –, grandes parceiros comerciais seguirão comprando produtos brasileiros.
O setor agropecuário teve alta de 11,2% nas exportações. Houve aumento ainda de 62,7% na indústria extrativa e de 37,7%% em bens da indústria de transformação. (O Estado de S. Paulo/Lorenna Rodrigues e Eduardo Laguna)