201 mil carros deixaram de ser vendidos no 1º semestre

O Estado de S. Paulo

 

Pelo menos 201 mil veículos, entre automóveis de passeio e utilitários leves, deixaram de ser vendidos no Brasil no primeiro semestre por causa das paradas nas montadoras por falta de componentes, especialmente semicondutores, informou, ontem, a Fenabrave, entidade que representa as concessionárias.

 

Com as paralisações nas linhas de montagem, faltaram veículos nas revendedoras. O presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, disse que a oferta também é limitada por protocolos sanitários adotados na pandemia, uma vez que atualmente menos operários podem trabalhar simultaneamente.

 

Segundo ele, as vendas de carros de janeiro a junho, de pouco mais de 1 milhão de unidades, poderiam ter sido 20% maiores não fossem essas restrições. “No primeiro semestre, 20% de automóveis e comerciais leves deixaram de ser produzidos, 201 mil veículos novos deixaram de entrar no mercado.”

 

Como o Estadão antecipou na quinta-feira, em junho a venda de veículos voltou a cair. Foram vendidos no mês 182,4 mil veículos, incluindo caminhões e ônibus, número 3,3% menor do que o de maio, mas 37% superior ao de junho de 2020, quando o mercado sentia os efeitos mais fortes da pandemia.

 

A Fenabrave revisou para baixo as previsões sobre o desempenho do setor neste ano, estimando agora um crescimento de 11,6% das vendas. Antes, a entidade esperava uma alta de 16% nos emplacamentos. Se a previsão for confirmada, o Brasil fechará 2021 com 2,3 milhões de veículos vendidos, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus.

 

No segmento de carros de passeio e utilitários leves, como picapes e vans, a previsão é de crescimento de 10,7% – menos do que previsão de alta de 15,8% traçada pela entidade no início do ano.

 

Segundo o presidente da Fenabrave, as concessionárias vêm trabalhando com estoques baixos, suficientes para oito dias de venda. Esse é dos menores níveis de estoque na rede de revendas da história. “A indústria não conseguiu retomar ainda a sua produção normal”. (O Estado de S. Paulo/Eduardo Laguna)