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A General Motors é uma das montadoras compromissadas a eliminar de uma vez por todas os carros a combustão de seu portfólio. Não satisfeita com esse objetivo, a gigante estadunidense agora parte para investir em outros mercados e já mira na aviação, outro ambiente fértil para inovações. Prova disso é que a empresa firmou parceria com a francesa Liebherr para testar novos sistemas de propulsão com células de combustível a hidrogênio.
As duas empresas devem trabalhar em um sistema integrado que poderá ser utilizado na aviação comercial. O novo esquema de propulsão, baseado nas tecnologias já existentes da GM Hydrotec, ainda está nos estágios preliminares de desenvolvimento e está prestes a ser testado em um laboratório da Liebherr-Aerospace em Toulouse/FRA, onde a francesa já trabalha em projetos e sistemas alternativos de propulsão para o transporte aéreo.
“A mudança do sistema convencional para um sistema de geração de energia elétrica baseado na tecnologia de hidrogênio significa grandes modificações nos sistemas a bordo da aeronave, que podem resultar em um desempenho melhor e mais eficiente do avião. Para isso, queremos provar e testar completamente. A vantagem da tecnologia de célula de combustível da GM é que ela se mostrou promissora em extensos programas automotivos e militares, além de ser confiável do ponto de vista de engenharia e fabricação”, explica Francis Carla, diretor administrativo e de tecnologia da Liebherr-Aerospace & Transportation SAS, em comunicado oficial.
As células de combustível que a GM desenvolve são projetadas para serem compactas e versáteis e estão entre as mais avançadas do mercado. Esse trabalho teve a colaboração direta da Honda, que ajudou os estadunidenses a criarem os Power Cubes, aparelhos que abrigam toda a essa tecnologia sustentável.
Vale lembrar que a Airbus já desenvolve uma aeronave 100% movida a hidrogênio, o Zero E, que deve ser lançado até 2035. Não se sabe, porém, qual será a empresa (ou as empresas) que a GM e a Liebherr vão fornecer eventuais motores ou sistemas a hidrogênio, mas é mais um indicativo que a indústria aeroespacial caminha para a sustentabilidade. (Canal Tech/Felipe Ribeiro e Jones Oliveira)