Jornal Cruzeiro do Sul/Agência Estado
O fechamento das fábricas da Volkswagen e da General Motors desde ontem, e do corte de mais um turno de trabalho na Hyundai, dão o tom de um segundo semestre preocupante para a indústria automobilística brasileira, que segue com dificuldades em conseguir semicondutores para os veículos.
O setor deve perder a chance de recuperar mercado no período em que tradicionalmente se vendem mais carros, na segunda metade do ano, e que vai coincidir com a retomada mais consistente da economia, melhora do Produto Interno Bruto (PIB) e mais pessoas vacinadas contra a Covid.
“É difícil afirmar, no momento, se vamos conseguir atender à demanda no segundo semestre”, admite o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes. Ele concorda que, a partir do próximo mês, as previsões são de PIB um pouco melhor — apesar da inflação e dos juros mais altos –, e de maior controle da pandemia, “mas não podemos carimbar que vai ter oferta (de produtos)”.
A Volkswagen suspendeu a produção por dez dias em São Bernardo do Campo e São Carlos (SP). A fábrica de São José dos Pinhais (PR), fechada desde o dia 7, voltaria ontem, mas teve a paralisação estendida até início de julho. A de Taubaté, que parou no mesmo dia, voltou na quinta-feira.
A GM suspendeu operações em São Caetano por seis semanas, mas aproveita e prepara a linha para a produção de uma nova picape. A planta de Gravataí (RS) está parada desde abril e volta só em meados de agosto.
A Hyundai passou a operar com apenas um turno de trabalho. O terceiro tinha sido suspenso no fim de maio, e agora o segundo turno também foi interrompido, até o fim do mês. (Jornal Cruzeiro do Sul/Agência Estado)