O Estado de S. Paulo
A despeito da queda de 1,3% do faturamento real em abril na comparação com março, a atividade industrial continua a crescer. Os indicadores específicos da atividade produtiva subiram no mês. São variáveis como horas trabalhadas na produção e utilização da capacidade instalada. Também cresceram os indicadores relacionados ao mercado de trabalho (nível de emprego, massa salarial real e rendimento mensal médio).
Com esse conjunto de variáveis, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera que “a atividade industrial segue elevada”, como afirma seu boletim Indicadores Industriais de abril.
Embora tenha caído 1,3% em relação a março, o faturamento real da indústria em abril foi 46,3% maior do que o de um ano antes (pior mês durante a pandemia) e, no acumulado dos quatro primeiros meses do ano, é 15,4% maior do que o de 2020.
A CNI observa que, nos últimos meses, o faturamento real vem oscilando, com altas e quedas. Em fevereiro, caiu 4,1%, mas em março aumentou 3,1%. Assim, está em nível próximo ao registrado em setembro de 2020, mês em que terminou a sequência de altas consecutivas desde o início da recuperação, em maio. Apesar das oscilações, o indicador do faturamento real continua em nível elevado, diz a entidade da indústria nacional.
As horas trabalhadas aumentaram 0,7% em abril e 12,4% no acumulado dos quatro primeiros meses do ano. Em resposta, o emprego industrial aumentou 0,3% no mês e 1,8% no primeiro quadrimestre. O nível de emprego vem crescendo há nove meses consecutivos.
Para os trabalhadores, o resultado foi o aumento da massa salarial real no mês, de 1,6%, embora o resultado do quadrimestre tenha sido negativo (-1,0%). Desempenho semelhante foi observado no rendimento real médio, com aumento de 1,6% no mês e redução de 2,7% no quadrimestre.
Apesar do recrudescimento da pandemia, a utilização da capacidade instalada chegou a 82,3%, bem acima da registrada em abril de 2020, de 69,7%
“Todo esse movimento, com utilização da capacidade instalada elevada e crescimento constante no emprego, é resultado do rápido crescimento do segundo semestre do ano passado e da resiliência na indústria nos primeiros meses do ano”, diz o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo. (O Estado de S. Paulo)