Nissan paralisa produção por dois dias devido à falta de semicondutores

AutoIndústria

 

A Nissan teve de paralisar a produção por dois dias – na quarta-feira, 16, e nesta quinta-feira, 17 – por causa da falta de semicondutores. O problema, que vem afetando a linha de montagem da maioria das montadoras instaladas no País, deve provocar redução ainda maior nos estoques das redes de concessionárias, que estão sem vários modelos para pronta entrega desde os primeiros meses do ano.

 

De acordo com dados divulgados pela Anfavea no início de junho, o estoque nas revendas autorizadas limitava-se a 66,1 mil unidades no final de maio, o equivalente a apenas 10 dias de vendas. Considerando também os 29,9 mil veículos estocados nos pátios das montadoras, o total chegava a 98,5 mil unidades ou 15 dias de vendas. É pelo menos a metade do nível considerado ideal, em torno de 30 a 35 dias.

 

No caso da Nissan, assim como de outras fabricantes do setor, o monitoramento do abastecimento de peças para análise da necessidade de eventuais paralisações tem sido realizado diariamente, não estando, assim, descartada novas suspensões das atividades da fábrica de Porto Real, RJ, nas próximas semanas.

 

Também por causa da falta de semicondutores a Hyundai já anunciou que suspenderá o segundo turno do complexo industrial de Piracicaba, no interior paulista, a partir da próxima segunda-feira, 21. A empresa já havia suspendido o terceiro turno em 31 de maio devido a esse mesmo problema e, a princípio, prevê retomar operações normais a partir do início de julho.

 

A Volkswagen, que desde o último dia 7 suspendeu a produção nas fábricas de Taubaté, SP, e São José dos Pinhais, PR, comunicou semana passada que também vai paralisar as linhas das fábricas das Anchieta, no ABC paulista, e de São Carlos, SP. A medida valerá por dez dias com retorno também programado para o início de julho.

 

A General Motors é a mais afetada no Brasil pela falta de semicondutores. Desde o início de abril está sem produzir o Onix em Gravataí, RS, e até o momento não divulgou data de retorno, que a princípio deveria ter ocorrido no começo deste mês.

 

Por causa desse quadro de desabastecimento de componentes eletrônicos, executivos das montadoras e também das redes de concessionárias têm tido dificuldades em avaliar a efetiva demanda do mercado brasileiro.

 

A queda de 14% na média diária de vendas na primeira quinzena de junho certamente reflete esse problema de falta de produtos, mas não dá para quantificar o volume que efetivamente poderia estar sendo comercializado internamente caso a produção do setor estivesse normal. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)