AutoIndústria
No início do ano a Volvo anunciou contratação de 400 novos funcionários temporários para a fábrica de Curitiba (PR). A decisão foi baseada na temperatura crescente que o mercado sinalizava e, caso não providenciasse força na mão-de-obra, o risco de não conseguir atender à demanda passaria a ser certo. Na ocasião, a montadora estimou um crescimento de 40% no mercado de caminhões acima de 16 toneladas, faixa na qual a fabricante atua. Passados cinco meses, a marca mantém a estimativa, mas com viés de alta.
“Desde o segundo semestre do ano passado, o mercado vem apresentando uma recuperação acelerada. Iniciamos o ano com programação firme de seis meses”, contou Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo América Latina, durante lançamento dos novos caminhões da linha F, na quarta-feira, 16. “O movimento crescente tende a continuar porque está conectado com o crescimento econômico do mundo e a demanda por commodities.”
Lirmann não descarta no prognóstico as incertezas que promovem os desafios atuais, como a velocidade de imunização contra a Covid-19 e os gargalos relacionadas ao fornecimento de peças e componentes. “Não é um problema somente nosso, mas de toda a indústria. O trabalho das áreas de logística e compras é contínuo e temos conseguido, apesar das dificuldades acelerar produção.”
O prazo de entrega na ponta ilustra a dimensão do que enfrenta a indústria atualmente. De acordo com Alcides Cavalcanti, diretor de vendas diretor executivo de caminhões da Volvo, “se em tempos normais o transportador espera de 30 a 60 dias, hoje, leva de 60 a 120 dias, em média, a partir da emissão do pedido”.
No caso da estimativa conservadora da Volvo se concretizar, o mercado de caminhões semipesados e pesados (acima de 16 toneladas) deverá encostar no patamar de 95 mil unidades em 2021. Conforme números da Anfavea, no acumulado do ano até maio, as vendas somadas das categorias chegaram a 36,2 mil unidades, alta de 67% em relação ao mesmo período do ano passado.
No desempenho apresentado no ano, a Volvo encerrou os cinco primeiros meses do ano com 20,6% de participação no total das vendas acima de 16 toneladas ao registrar 7,4 mil unidades emplacadas, volume que representou crescimento de 35,7%. (AutoIndústria/Décio Costa)