AutoIndústria
Apesar do ritmo menor que a capacidade instalada da indústria em função dos novos protocolos de segurança sanitária e gargalos de fornecimento de componentes, a produção de caminhões registrou avanço de 6,2% em maio, para 13,9 mil unidades ante 13 mil produzidos em abril. Foi o melhor resultado para o mês desde 2014.
Não vale como uma referência assertiva devido ao fechamento temporário das fábricas no ano passado, na fase mais aguda da pandemia, mas na comparação com maio 2020, quando foram montados pouco mais de 4 mil caminhões, o crescimento foi de 243%.
Nos cinco primeiros meses, a produção de caminhões superou 60 mil unidades, volume 106% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, de 29,1 mil unidades.
Impulsionados pela demanda aquecida do agronegócio, da indústria de mineração e do comércio eletrônico, “os caminhões apresentam velocidade de recuperação mais rápida em relação aos outros segmentos da indústria de autoveículos”, observou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, durante divulgação do balanço mensal do setor automotivo na terça-feira, 8.
O dirigente ainda prefere manter reservas em relação a projeções em relação ao desempenho de caminhões para 2021. Justifica diante de estimativas de um PIB em alta, mas também frente a indicadores que geram preocupações, como a inflação crescente, os juros em alta, a provável crise hídrica que se avizinha com impacto no aumento de custo da energia, a velocidade da vacinação e a grande parte da população desempregada.
“Os números até agora se mostram de acordo com as perspectivas da Anfavea, mas o segmento de caminhões aparece com viés de alta, o que promoveria uma revisão, mas ainda cedo para isso”, admitiu Moraes.
Pelo menos no que diz respeito ao desempenho das vendas, o transportador de carga absorveu até maio 47,3 mil caminhões, expansão de 63,8% em relação ao acumulado do ano passado. Caso os emplacamentos continuem no ritmo apresentado até o momento, o presidente da Anfavea, ainda que extraoficial, contabiliza um mercado de 110 mil a 120 mil unidades. Se concretizado, representaria crescimentos em comparação a 2020 de 22%, na primeira hipótese, e de 33%, na segunda. (AutoIndústria/Décio Costa)