Tribuna do Norte
Dois anos de testes, validações e homologações. Preocupação com pormenores como o revestimento do apoia-braço em couro nas quarto portas, uma exclusividade nacional, assim como o padrão de cores utilizado no interior. E um motor 1.0 turbo global com calibração local oferecido pela primeira vez em um modelo da marca. A Caoa Chery afirma que o SUV Tiggo 3X é o maior investimento da parceria sino-brasileira, considerando todos os outros modelos nacionalizados.
A agilidade para lançar produtos no segmento mais disputado do mercado nacional, o de Utilitários Esportivos, integra a estratégia da Caoa Chery de ocupar sua capacidade produtiva com o maior número de modelos possível.
É na unidade fabril de Anápolis (GO) que essa estratégia se evidencia: com capacidade de 86.000 unidades/ano, produz 7 modelos de duas marcas, e recebeu novo investimento de R$ 1,5 bilhão para desenvolver mais 10 modelos até 2025. A unidade de Jacareí (SP), com a produção do Tiggo 2 e os sedãs Arrizo 5 e Arrizo 6, pode receber novos produtos pois, com o Tiggo 3X, está ocupando 50% de sua capacidade máxima de 50.000 veículos/ano.
O Tiggo 3X tem a difícil missão de se transformar no Caoa Chery mais vendido no Brasil porque está posicionado entre SUVs da própria marca, o Tiggo 2 e o Tiggo 5X: “Temos a expectativa de emplacar 1.000 unidades/mês. Mas o potencial de mercado é maior que esse”, afirma Henrique Sampaio, diretor de marketing do Grupo.
Habilidosa ao perceber as lacunas de mercado e as preferências do consumidor, a Caoa Chery lança o Tiggo 3X, após dois anos de desenvolvimento do modelo no Brasil.
O TIGGO 3X traz um novo e exclusivo visual, com destaque para a dianteira (design da grade e dos faróis de assistência diurna). Segundo a empresa, “foi composto por elementos inspirados nos movimentos do Kung Fu chinês, caracterizado pela força e pelo vigor ao mesmo tempo que entrega linhas suaves e harmônicas”. Resultado: ficou bonito, moderno e charmoso para um SUV de entrada desse segmento. A Caoa sabe que o design é valorizado pelos consumidores brasileiros. E tem chamado a atenção ao oferecer a família Tiggo com personalidades estéticas diferentes.
A traseira do Tiggo 3X é mais conhecida, pois apresenta semelhanças com a do Tiggo 2 e, além disso, entrega o porte do modelo: trata-se de um veículo compacto, com pouco mais de 2,5 metros de distância entre os eixos. Logo, não espere espaço generoso para os ocupantes nem no porta-malas de 420 litros.
O interior é muito aconchegante, com acabamento de couro sintético no painel, nas portas e nos bancos da versão “Pro”. Toda a configuração interna, como a definição de materiais e cores nos acabamentos, foi desenvolvida pela Caoa Chery, assim como as mais de 20 ações da engenharia nacional para reduzir em 40% ruídos na cabine. Na versão “top”, o painel de instrumentos digital colorido – bem mais simples no Tiggo Plus – torna a experiência ao volante mais eficiente, pois oferece todas as informações que o motorista necessita nos dias de hoje. Um diferencial para SUVs na faixa dos R$ 100.000,00.
O motor é de 1 litro, 3 cilindros turbo FLEX de 102 cavalos de potência. Mudanças estruturais, como a fixação do bloco nas laterais da carroceria reduziram a vibração, segundo os engenheiros da marca. Essa é uma das novidades nesse motor global utilizado pela primeira vez fora da China. A calibração foi outro grande desafio e teve a participação da Delphi nos ensaios em bancada.
“Fizemos os testes em campo para adequar a taxa de compressão ao etanol. Esse trabalho pode parecer trivial, mas é um desenvolvimento muito importante porque é o que entrega o prazer de dirigir ao motorista”, destaca Márcio Alfonso, diretor da Caoa Chery.
A maior surpresa desse compacto powertrain do Tiggo 3X com transmissão CVT que simula 9 velocidades é o torque. São 17,1 kgfm a apenas 2.000 rpm. No para e anda e em percursos com baixa velocidade o modelo é esperto e ágil, graças ao torque máximo disponível rapidamente.
Durante o teste drive realizado pela Serra da Cantareira, de São Paulo a Caieiras, com pista sinuosa, ladeiras e trânsito lento, o Tiggo 3X demonstrou que esse é o seu ambiente. Rapidamente ele encontrava a velocidade ideal para aquela situação, que não passou de 60 km/h de máxima. Ao retornar a São Paulo pelo Rodoanel e Rodovia dos Bandeirantes, a exigência aumentou, tanto o motor quanto a transmissão, que teve de trabalhar forte, variando constantemente as rotações do Tiggo 3X para que ele acompanhasse o fluxo do tráfego, mantendo os 100 km/h a 120 km/h de todos os outros carros.
Sobre o posicionamento no mercado de SUVs, a Caoa Chery entende que há oportunidades em seu próprio portfólio. O Tiggo 3X é um novo modelo bem equipado, com tela multimídia de 9 polegadas, controle de tração e estabilidade, direção elétrica, partida em rampa e ajuste automático dos faróis, dentre outros itens de conforto e conveniência que a clientela do segmento está procurando.
Henrique Sampaio está otimista com o desempenho da novidade nos próximos meses e com a ampliação de 115 para 150 concessionárias no País até o fim do ano, a fim de ajudar nas vendas. Ele calcula que haverá “migração de 15% dos clientes do Tiggo 2 para o 3X”, que estariam dispostos a saltar dos R$ 92.000,00 do Tiggo 2 para os R$ 94.990,00 da versão Plus do Tiggo 3X. No patamar acima do portfólio da Caoa Chery figurava somente o Tiggo 5X, em versão única, de R$ 122.000,00. É nessa lacuna abaixo de R$ 100.000,00 que o Tiggo 3X Pro, comercializado a R$ 99.990,00, pode surpreender e confirmar que há no mercado de SUVs demanda superior a 1.000 unidades/mês. (Tribuna do Norte/Fernando Siqueira)