O Estado de S. Paulo
Maio foi um mês de recordes na balança comercial. O superávit de US$ 9,291 bilhões é o melhor resultado para o mês em toda a série histórica, iniciada em 1989. O saldo comercial acumulado dos cinco primeiros meses do ano, de US$ 27,529 bilhões, é também o recorde da série. As exportações em maio alcançaram US$ 26,948 bilhões, outro recorde para o mês. Só as importações não foram as maiores da história no mês de maio, mas, mesmo assim, tendo totalizado US$ 17,657 bilhões, tiveram aumento (calculado pela média diária) de 57,4% sobre o resultado de um ano antes.
A combinação de crescimento da demanda mundial em razão da rápida recuperação das principais economias, que são grandes importadoras de bens brasileiros, com o aumento dos preços de itens de grande peso na pauta das exportações do País vem impulsionando as vendas externas.
“Essa tem sido a tônica do ano”, diz o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, Herlon Brandão. “Temos crescimento das vendas externas motivado tanto pelo aumento dos volumes como pelos preços.”
China e Estados Unidos continuam sendo dois dos principais compradores de produtos brasileiros e também fornecedores de bens importados pelo Brasil. Mas a Argentina, que vinha perdendo fatias entre os grandes parceiros comerciais do País, está recuperando seu papel.
A Secex observou que as exportações aumentaram para todos os destinos em maio, mas os embarques para a Argentina cresceram 172%, em relação aos registrados um ano antes, com base na média diária. Em maio do ano passado, as exportações para a Argentina foram de US$ 448 milhões; em maio de 2021, de US$ 1,28 bilhão.
Houve aumento das importações, mas as originárias da Argentina cresceram 92,9% em um ano, bem mais do que as importações da China (43%), dos Estados Unidos (48,5%) e da União Europeia (37,2%).
As importações em geral estão aumentando em ritmo mais intenso do que o previsto e o esperado. Por isso, a Secex já avalia a necessidade de redução das projeções do superávit comercial para este ano. A mais recente previsão é de que o saldo comercial do ano alcance o recorde de US$ 89,4 bilhões. “É possível que a projeção para o ano diminua”, diz Brandão. (O Estado de S. Paulo)