InfoMoney
Caros leitores, digníssimas leitoras: estamos praticamente encerrando o mês de maio, e o Banco Central – com a sua enorme benevolência – decidiu divulgar os dados de financiamento de veículos do 1º quadrimestre (janeiro a abril) do ano.
Se o mercado automotivo está tendo um desempenho “menos ruim” neste ano, o grande responsável por isso tem nome: CRÉDITO.
Foram liberados mais de R$ 58,4 bilhões em concessões para aquisição de veículos. Isso gerou um crescimento de 32,4% sobre o mesmo período do ano passado, quando houve R$ 44,1 bilhões em concessões.
OK, você vai me falar que o comparativo sobre o ano passado é meio que furado, devido ao lockdown “meia-boca” que tivemos entre março e abril. Tudo bem. Mas sobre o primeiro quadrimestre de 2019, o crescimento de 2021 é de 25%.
O resultado deste ano é o melhor da série histórica do Banco Central. Ou seja: “nunca antes na história desse país” foi liberado tanto financiamento para veículos.
O pessoal dos bancos desceu para o play e está jogando forte!
Nossa expectativa (salvo hecatombes nucleares e afins) é que, neste ano, seja liberado um volume próximo a R$ 185 bilhões e R$ 190 bilhões para o financiamento de veículos. O que representaria um crescimento médio de 20% sobre o ano passado (R$ 156,6 bilhões).
O setor automotivo vem mostrando uma retomada “um pouco mais rápida” dos negócios, em comparativo com os outros segmentos da economia.
Isso se deu com maior intensidade junto aos bancos de montadoras que, devido à livre e espontânea “pressão de seus controladores”, se viram na incumbência de criar soluções cada vez mais criativas para o momento, auxiliando no escoamento da produção.
Mas lembrando sempre que banco nunca deixa de ganhar. No atual momento, ele só está verificando se vai ganhar MUITO ou MUITISSIMO!
Outro ponto interessante nas informações do Banco Central é que o saldo das carteiras de financiamento está quase batendo a cifra de R$ 300 bilhões. O setor vem em processo de franca recuperação desde 2017.
Esse resultado é 12,5% maior do que no mesmo período do ano passado, ou apenas R$ 30 bilhões a mais.
O ganho dessa bonança para o consumidor é o registro da dilatação dos prazos de financiamento. Em abril deste ano, ele é de 46 meses, em média, contra 44 meses de abril do ano passado ou de 40 meses, que era a média dos prazos entre 2015 e 2017.
Já as taxas médias de juros neste ano estão por volta de 1,42% a.m., o que é muito! Mas bem melhor do que as taxas em torno de 2% a.m., que registramos num passado não tão distante…
A grande moral de tudo isso, indo para o nosso lado Poliana de ser, é: se o setor automotivo (com toda essa bagunça/zona) vem se destacando, imagine só se alguns “players” (tipo o governo) ajudassem só um pouquinho (tipo não colocar o dedo podre e fazer coisas como a reforma tributária, por exemplo)? A retomada do crescimento do setor seria mais rápida que o Usain Bolt! (InfoMoney/Raphael Galante)