Revista Torque
O projeto do ônibus híbrido (elétrico/etanol) desenvolvido pela Itaipu Binacional e parceiros entra em sua fase final. O protótipo acaba de retornar à usina (agora com “cara” de ônibus, já que recebeu a carroceria da Mascarello) e vai passar por uma bateria de novos testes de rodagem. Os equipamentos embarcados serão calibrados para ajuste de sua autonomia e eficiência para uso urbano.
A Itaipu iniciou o desenvolvimento desse projeto a pedido da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A expertise da Itaipu com veículos elétricos e o domínio nacional da tecnologia de produção do etanol como fonte renovável para a produção de combustíveis foram os principais motivos para o pedido da Finep.
A Itaipu já havia feito testes iniciais na usina antes de agregar a carroceria da Mascarello, entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021. Na época, o veículo era composto apenas pelo chassi, rodas, baterias, assento do motorista, direção e mais alguns equipamentos mínimos para o protótipo rodar. O ônibus é do tipo “lowfloor”, que privilegia a acessibilidade (é semelhante aos utilizados em aeroportos).
Agora, com a carroceria já instalada, será feita a instalação das seis baterias de sódio, com 200 kg de peso cada, no local definitivo, além da integração dos sistemas que fazem o controle do sistema de tração híbrido do veículo, de forma a fazer uma gestão inteligente da energia utilizada para mover o ônibus.
“Essa gestão é feita de maneira que o veículo utilize mais ou menos carga da bateria, de acordo com a situação, para maximizar o desempenho e a autonomia”, explica Eduardo Fontanetti, da Divisão de Serviços de Itaipu e integrante da equipe do projeto. “O emprego do etanol, combustível nacional que tem menos emissões e é renovável, associado ao uso das baterias de sódio, que são menos poluentes, é sustentável e muito eficiente”, completou.
Os testes com o veículo completo serão realizados na Itaipu até o final deste ano, antes de ser entregue à Finep. O objetivo, então, será disponibilizar a tecnologia para a indústria nacional, contribuindo com o processo de transição energética do país e com o programa Combustível para o Futuro, para uma matriz ainda mais limpa. (Revista Torque)