Compra de máquinas usadas vira alternativa

O Estado de S. Paulo

 

Sem expectativa de regularização na produção de equipamentos, os produtores rurais estão se adaptando. Everton Mialich, que produz cana-de-açúcar em Catanduva (SP), por exemplo, recorreu à compra de uma colheitadeira usada, depois de observar os preços da máquina subirem cerca de 50% em um ano e com os prazos de entrega chegando a seis meses–tem poque não poderia esperar. “A entrega está demorando muito; se eu esperasse, perdia a colheita”, explica.

 

Pela colheitadeira – que pode custar cerca de R$ 1 milhão se for nova –, ele desembolsou R$ 45 mil em uma plataforma de leilões. A procura no site cresceu no último ano puxada não só por agricultores, mas também empresários de diversos setores industriais, que tentam driblara escassez de maquinário e longos prazos de entrega.

 

Para realizar os eventuais reparos necessários nas máquinas e veículos, o agricultor conta que tem uma oficina dentro de seu sítio, onde ele mesmo consegue fazer os consertos. Mialich, depois da primeira experiência, quer dar mais um passo. “Gostei do leilão. Agora, estou namorando um caminhão”, afirma Ele chegou a participar de um leilão para tentar adquirir o veículo, mas achou que o preço não era vantajoso. “Saiu pelo valor de mercado, aí já não compensa. Dependendo da quantia que você tem para gastar com uma manutenção, se torna caro.”

 

Demanda

 

Segundo Jacqueline Luz, diretora comercial da MaisAtivo, empresa de intermediação do Grupo Superbid, uma plataforma online de leilões, o mercado está muito propenso às máquinas usadas. Isso porque a indústria está desabastecida, o que leva a uma valorização dos produtos de segunda mão. Os produtores de menor porte, segundo ela, fazem os reparos necessários nos equipamentos comprados e os recolocam na ativa.

 

Segundo ela, a participação do agronegócio na plataforma vem crescendo. Por lá, 35% do total de lotes vendidos no marketplace do Grupo Superbid já são relacionados ao mercado agro. Equipamentos e máquinas representaram 22% do faturamento em 2020, ampliando participação sobre os 18% em 2019. (O Estado de S. Paulo/Fernanda Guimarães)