AutoIndústria
Dados do setor de duas rodas apresentados pela Abraciclo na terça-feira, 11, mostram um crescimento de 20,2% na produção de motocicletas nos quatro primeiros meses do ano, para 359,6 mil unidades ante 299,2 mil no mesmo acumulado de um ano atrás.
Pelos registros da associação foi o maior volume para o primeiro quadrimestre desde 2019, quando as fabricantes produziram quase 368 mil unidades.
Somente em abril saíram das linhas de montagem 122,2 mil motocicletas, volume 2,8% inferior ao contabilizado em março que, com três dias úteis a mais, registrou 125,7 mil unidades produzidas. Há uma gigantesca distorção no confronto com abril do ano passado, período marcado por interrupções na produção como medida para conter o avanço da pandemia. Na ocasião, somente 1,7 mil unidades foram construídas.
Apesar de apresentar ritmo menor no resultado mensal, o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, enxerga tendência de recuperação do setor. “Depois de um primeiro bimestre bastante difícil, a produção de motocicletas apresenta uma curva de recuperação, com volumes bem próximos ao patamar registrado em 2019”, avalia em nota. “A perspectiva para os próximos meses é de manter esse ritmo e, com isso, regularizar o abastecimento na rede.”
Para o dirigente, o ritmo apresentado nos últimos dois meses, confirma a estimativa da Abraciclo de alta de 10% na produção em 2021, para pouco mais de 1 milhão de unidades. “Caso se mantenha os volumes produzidos e ocorra uma aceleração no programa de vacinação para evitar uma nova crise sanitária mais grave, poderemos até fazer uma eventual revisão dos números no segundo semestre.”
Nas vendas, o mercado absorveu nos quatro primeiros meses perto de 300,1 mil motocicletas, alta de 9,1% sobre os 275,1 mil emplacamentos registrado no mesmo período do ano passado. Apenas em abril, o crescimento nos licenciamentos na comparação foi de 52%, de 62,2 mil para 94,6 mil unidades entregues.
Cabe mais uma vez lembrar que a comparação com abril de 2020 não faz sentido devido a um cenário marcado por lojas e Detrans fechados. Na época, somente 28,2 mil unidades foram negociadas, expansão de 235%.
“Até o mês passado ainda lidávamos com a falta de motocicletas no varejo devido ao impacto que as produções sofreram em janeiro e fevereiro. Agora, com esses novos índices produtivos, nosso objetivo é alcançar, gradativamente, o equilíbrio entre a oferta e a demanda e, com isso, reduzir a fila de espera por motocicletas”, resume o presidente da Abraciclo.
As vendas externas chegam ao fim dos quatro primeiros meses do ano anotando 17,4 mil motocicletas embarcadas, volume 140,5% superior ao registrado há um ano, de 7,2 mil unidades. Somente no mês passado, as remessas somaram 4,1 mil motos, queda de 32,5% em relação a março (6,3 mil unidades). (AutoIndústria)