Mobilidade urbana integrada: bom para cidades e usuários

O Estado de S. Paulo/Mobilidade

 

Com as profundas transformações urbanas, é possível observar o crescimento da popularidade de veículos individuais, assim como o alto índice de congestionamento, acidentes de trânsito, poluição atmosférica e consumo de fontes não renováveis. A mobilidade urbana integrada busca conter essas questões, com base na presença de um transporte público altamente capacitado, priorizando a intermodalidade com uma comunicação eficaz.

 

A promoção de diferentes alternativas promove o deslocamento sustentável e garante acesso mais democrático à cidade. Oferecer políticas sustentáveis de mobilidade contribui para maior dinamismo na circulação de pessoas, bens e mercadorias, refletindo no desenvolvimento sustentável, econômico e social, além da valorização dos espaços públicos.

 

De acordo com Paula Faria, CEO da Necta e idealizadora do Connected Smart Cities & Mobility, “o fortalecimento de alternativas sustentáveis para a mobilidade se dá com base na capacitação dos órgãos públicos envolvidos. Já observamos que existe um movimento crescente de tecnologias que promovem melhor gerenciamento dos diferentes modais de transporte: a tendência é que o investimento em aplicativos de mobilidade só aumente”.

 

Nesse sentido, a principal mudança de paradigma dentro da mobilidade urbana foi colocar o passageiro em primeiro lugar. O foco passou a ser oferecer melhor serviço e experiência com base em diferentes modais que promovem maior acessibilidade à cidade: a proposta de mobility as a service (Maas), ou mobilidade como serviço, nasceu para mudar a maneira como o deslocamento acontece, usando os melhores apps existentes para mover pessoas e mercadorias de forma eficiente e sustentável.

 

Único app para tudo

 

Segundo Luiz Moura, chief marketing officer da Voll, startup voltada à gestão do transporte corporativo em um único aplicativo, “a integração da mobilidade por aqui ainda está alguns passos atrás de outras regiões. Na Europa, os movimentos econômicos, sociais e políticos de incentivo ao Maas já funcionam em grande sintonia. Holanda, Bélgica e Dinamarca já têm programas e projetos que unificam a experiência de mobilidade, desde o pedido até o pagamento – o que hoje no Brasil existe apenas na esfera do uso de mobilidade corporativa”. Segundo Moura, “durante a pandemia, a questão de saúde e a sensação de segurança do usuário ficaram ainda mais latentes para a mobilidade. Essas novas necessidades, que devem se manter latentes no futuro, se unem aos desafios que já existiam no panorama da mobilidade brasileira”.

 

O uso de aplicativos está cada vez mais inerente aos deslocamentos urbanos. Com o incentivo a essas plataformas, é possível promover um deslocamento mais eficiente, sustentável e com equidade de acesso e uso do espaço público.

 

É o que acontece, por exemplo, no município de Campos (RJ), em que o app Mobi Campos, que está integrado ao Centro de Segurança Pública de Campos (Cisp), permite ao passageiro acompanhar, em tempo real, o trajeto dos veículos (ônibus e vans) da linha desejada, reduzindo o tempo de espera e tornando o transporte público mais atrativo. (O Estado de S. Paulo/Mobilidade)