Marcopolo sofre os efeitos da segunda onda da pandemia

Pioneiro

 

A produção total da Marcopolo reduziu 12% no primeiro trimestre deste ano. O primeiro balanço de 2021 da fabricante de ônibus mostra como os efeitos da segunda onda da pandemia atingiram ainda mais o segmento de transporte coletivo. Com queda de 9,3% na comparação com o mesmo período do ano passado, que ainda não tinha o impacto da pandemia, a companhia somou R$ 834 milhões de receita líquida. Com isso, o prejuízo líquido no período foi de R$ 14,7 milhões, com margem negativa de 1,8%.

 

Das 3.016 unidades produzidas pela Marcopolo neste início de ano, 2.586 unidades foram para o mercado brasileiro, 12% inferior ao ano passado, enquanto no mercado exterior a produção foi de 430, 14% menor. A sazonalidade observada com regularidade no primeiro trimestre de cada ano somou-se a novos fechamentos de cidades, restrições de locomoção e aumento dos casos da doença, segundo o comunicado ao mercado feito pela companhia.

 

No mercado interno, a produção foi sustentada pelo excelente desempenho da Volare, que cresceu 67,3%. Passou de 634 unidades, no primeiro trimestre de 2020, para 1061 neste início de ano em razão das entregas do programa federal Caminho da Escola e do fretamento. Nenhuma outra marca cresceu tanto e representou 30,2% da receita da Marcopolo no período. Também o fretamento, que representou 68,9% do total de rodoviários produzidos (antes representava 32,5%), manteve a produção nas linhas de Ana Rech e caiu menos que a média do mercado (13,3% contra 32,2%). Isso em razão de o setor demandar mais veículos para distanciamento no transporte de trabalhadores às empresas.

 

Nas exportações, também houve queda na produção de urbanos. A participação de mercado da Marcopolo na produção brasileira de carrocerias manteve-se acima de 50%, mas caiu de 57% para 51,6%.

 

Perspectivas

 

Além de continuar apostando nos veículos de fretamento, a Marcopolo prevê para 2021 seguir com as entregas do Caminho da Escola, alcançando volume próximo ao total de 2019, 4,8 mil unidades. A indústria aguarda a publicação de novo edital para licitação do programa do governo federal para 2021 e 2022, que já está atrasada. Enquanto isso, não descarta novos ajustes, inclusive demissões como ocorreram nos últimos trimestres. No mercado externo, a companhia negocia novos pacotes para o continente africano. O real desvalorizado segue favorecendo as exportações, porém a pandemia vem impedindo o amadurecimento dos negócios.

 

A companhia também aposta nos veículos leve sobre pneus (VLP). A expectativa da empresa é que 400 novas unidades estarão em circulação em toda América Latina até 2022. (Pioneiro/Babiana Mugnol)