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Os veículos leves e pesados que circulam no Brasil atingiram a idade média de 10 anos em 2020, segundo relatório publicado no site do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). Embora tenha registrado um pequeno crescimento de 0,7% em seu volume total no ano passado, a frota circulante brasileira manteve o processo contínuo de envelhecimento dos últimos sete anos.
O levantamento aponta que a frota nacional está dois meses mais velha do que em 2019 e um ano e sete meses mais antiga do que em 2013.
O Sindipeças contabilizou, a partir da taxa de sucateamento de veículos, 46,2 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus em circulação no Brasil em 2020. No ano anterior eram 45,9 milhões de unidades.
24% dos veículos da frota brasileira tem até 5 anos
O relatório mostra ainda que 24% dos veículos têm idade média de até cinco anos (cerca de 11,2 milhões de unidades), enquanto 58% estão na faixa entre 6 e 15 anos (26,8 milhões) e 18% já superaram os 16 anos de uso.
Já a relação entre a população que vive no país com a frota circulante se manteve em 4,6 habitantes por veículo em 2020, número inferior ao registrado no início da última década.
Houve queda no número de motos
Entre as motocicletas, o Sindipeças observou uma queda de 1,7% na frota que circula no Brasil. Essa redução ocorre desde 2016, enquanto a idade média desse tipo de veículo subiu de oito anos para oito anos e quatro meses.
Segundo a entidade, os importados corresponderam a 14,3% dos 46,2 milhões de veículos do Brasil em 2020. Na comparação com 2019, foi apontada uma pequena redução de 0,2% na frota de veículos oriundos de outros países. O Sindipeças explica que essa queda foi provocada, principalmente, pela alta desvalorização da taxa cambial, que ultrapassou os 20% no ano passado.
Para o Sindipeças, “as possibilidades de reversão desse fenômeno dependem do aumento da taxa de crescimento das vendas de veículos novos vis a vis a taxa de sucateamento da frota existente e/ou de políticas públicas que exijam a retirada de circulação de veículos mais antigos, ou seja, um programa de renovação da frota”.
Pandemia contribuiu para baixo crescimento
O Sindipeças destaca também que a pandemia da covid-19, que se alastrou pelo Brasil a partir de março do ano passado, contribuiu para o baixo crescimento da frota em 2020. “A recuperação em V observada no segundo semestre contribuiu para suavizar os efeitos da crise, mas não evitou que o ano encerrasse como um dos piores da história para o setor automotivo”, de acordo com o relatório.
Baseada nos dados da Anfavea (associação dos fabricantes de veículos), a entidade destacou que os protocolos de segurança adotados pela indústria também contribuíram para a redução de 26,2% nas vendas de veículos leves e pesados no mercado brasileiro.
Para o Sindipeças, no entanto, as discussões do governo federal com entidades do setor automobilístico e de transporte de carga para estruturar um programa de reciclagem de veículos, que comece com os pesados, aparenta ser uma iniciativa promissora para modernizar e reduzir a idade média da frota circulante no Brasil.
O sindicato enfatiza que, em resposta à crise econômica provocada pela pandemia, vários países avançaram em programas de incentivo para a comercialização de veículos eletrificados e a exclusão dos modelos a combustão. (WebMotors/Guilherme Silva)