O Estado de S. Paulo
Embora a indústria venha perdendo fatias da produção em diferentes países há décadas, em razão das transformações pelas quais a economia vem passando em escala mundial, no Brasil ela tem conseguido manter sua imagem de importante para o desenvolvimento econômico, a geração de empregos, a melhora da qualidade de vida da população e a inovação, entre outros itens. O fato de mais de quatro quintos (84%) dos entrevistados considerarem que “ter uma indústria fraca é ruim para a população do País” é um dos fortes elementos que mostram a boa avaliação dos brasileiros sobre o setor.
Este é um dos muitos dados compilados pela pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira: Indústria Brasileira na Visão da População realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Nove entre dez entrevistados concordam total ou parcialmente que ter uma indústria forte deve ser prioridade do País. Entre os setores da economia, a indústria foi apontada na pesquisa junto com a agropecuária como os mais importantes para o crescimento da economia brasileira.
Para o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, o momento torna ainda mais importante o papel da indústria: “O Brasil precisa fortalecer o setor industrial, para que ele seja cada vez mais dinâmico e competitivo, ajudando a superar a mais grave crise sanitária, econômica e social que já vivenciamos”.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que entre a década de 1980 e a atual, a indústria perdeu mais da metade da fatia porcentual que detinha do Produto Interno Bruto brasileiro. Na década de 1980, a participação da indústria no PIB passava de 45%; no ano passado, tinha caído para 20,4%.
A redução da fatia da indústria na produção total é um fenômeno mundial. No Brasil, porém, o processo parece mais rápido e marcado pelo atraso na modernização, sobretudo dos segmentos industriais mais ativos no mercado internacional.
Sua imagem como caminho para o crescimento profissional das pessoas e o desenvolvimento econômico, no entanto, continua muito forte entre os brasileiros. Oito em cada dez entrevistados concordam total ou parcialmente com a frase “eu encorajaria meu filho(a) a buscar uma carreira na indústria”. Para 60% dos entrevistados, os empregos na indústria são mais gratificantes. (O Estado de S. Paulo)