Motor 1/CarAdvice
Os veículos elétricos (VE) representam um problema interessante para os supercarros de alta potência. Aceleração rápida e acessível são características natas de um VE, o que pode diminuir a idolatria por máquinas de luxo de marcas como a Lamborghini. A empresa, estando a par desse fato, passou a adotar outro pensamento em consideração ao seu futuro. O chefe da montadora declarou recentemente que priorizaria a dirigibilidade e a dinâmica ao invés da aceleração e velocidade máxima nos modelos futuros.
Os carros de alto desempenho focam na velocidade máxima como seu principal diferencial, o que acabou sendo substituído pela aceleração, de acordo com Francesco Scardaon, da Lamborghini. A dirigibilidade e a dinâmica têm sido partes importantes da equação de desempenho, e agora a marca passa a adotar ambos os fatores como foco. “O maior diferencial será a dirigibilidade do carro, o manuseio”, disse o executivo ao portal CarAdvice.
Os carros elétricos podem ter vantagem em desempenho, mas há uma desvantagem em destaque: o peso. As baterias são peças grandes e pesadas que podem afetar o comportamento de um carro. Scardaon também acrescentou que a dirigibilidade é “prioridade número um” para a Lamborghini, um comentário inusitado para uma marca que já havia afirmado anteriormente que a propulsão totalmente elétrica ainda não está pronta para supercarros.
No ano passado, representantes da Lamborghini e o chefe da Bugatti, Stephan Winkelmann, disseram que os supercarros elétricos puros ainda estão a uma década de distância. Agora, a empresa irá transpor a divisão gasolina-eletricidade com híbridos. A montadora italiana deu o primeiro passo com o lançamento do Sian FKP 37, modelo que substituirá o Aventador, mas manterá seu motor V12 recebendo assistência híbrida.
As marcas premium, no geral, já estão repensando seus produtos para um futuro eletrificado. Tanto fabricantes de automóveis quanto consumidores não precisam mais escolher entre desempenho e eficiência, pois os motores elétricos oferecem a melhor solução entre os dois. Tal pensamento passa a ser prejudicial para montadoras que construíram suas reputações cobrando altas quantias em dinheiro por potentes cavalos de força e exclusividade. (Motor 1/CarAdvice)