Portal Isto É Dinheiro/Agência Estado
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) autorizou a entrada das concorrentes Fleetzil, ALD, Movida e Ouro Verde como terceiras interessadas no processo que tramita no órgão sobre a fusão entre a Localiza Rent a Car e a Companhia de Locação das Américas (Unidas). O despacho com o aval está publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 16.
As empresas entraram com pedidos no Cade para participar do processo, pois podem ser afetadas pela decisão a ser adotada pelo órgão. Todas são contrárias à aprovação do ato sem restrições.
Agora, elas terão 15 dias para apresentação de informações complementares, documentos e pareceres necessários à comprovação das alegações que fizeram.
Dentre outros pontos, a Fleetzil argumenta que a fusão de Localiza e Unidas teria o potencial de afetar negativamente os mercados de rent-a-car e gestão e terceirização de frotas. Já a ALD entende que a fusão resultaria em uma empresa com poder de mercado suficiente “para forçar preços, negar fornecimento, ou impedir o acesso às montadoras fornecedoras de frotas”.
A Movida destaca que a preocupação concorrencial diante da operação estaria na sinergia de estruturas entre os mercados de gestão e terceirização de frotas (GTF) e de rent-a-car, principalmente pelo aumento do poder de compra de veículos.
A Ouro Verde alega que as duas empresas não teriam incentivos de repassar ao consumidor as eficiências obtidas após a operação. A Ouro Verde cita o exemplo da Localiza, que não teria repassado ganhos ao consumidor no terceiro trimestre de 2020, após atingir a maior escala de sua história.
A fusão de Localiza e Unidas foi anunciada em setembro de 2020 e notificada ao Cade no mês passado. A operação consiste na combinação de negócios das duas empresas mediante a incorporação de ações da Unidas pela Localiza.
A união pode dar origem à maior companhia do segmento de locação de veículos no mundo, com valor de mercado estimado em cerca de R$ 50 bilhões. (Portal Isto É Dinheiro/Agência Estado)