A mobilidade do futuro será modal e mais sustentável

O Estado de S. Paulo/Mobilidade

 

Acidade inteligente deve ser pensada para atender às necessidades das pessoas, com políticas públicas para a mobilidade urbana e desenhadas para a promoção da qualidade de vida e como meio de acesso a oportunidades.

 

Nesse cenário, a mobilidade urbana compartilhada funciona como infraestrutura fundamental no processo de priorização da jornada do usuário e diminuindo as desigualdades no acesso ao transporte público seguro, integrado e sustentável. O desafio das cidades, porém, é encontrar soluções multimodais, com a oferta de opções de frota compartilhada, com carros, bicicletas, scooters, patinetes, entre outros. E ainda considerando esses meios como complemento aos sistemas de transporte existentes.

 

Ponto fundamental é a conexão de transformação global da mobilidade sustentável com o comportamento do usuário que chama cada vez mais a atenção ao tema. De acordo com o estudo Mobility Futures, da consultoria Kantar, realizado antes da pandemia da covid-19, 2030 será o ponto de mudança nas maiores cidades do mundo, apontando que 25% das pessoas desejam mudar a forma como se deslocam.

 

O levantamento aponta as mudanças na mobilidade de 31 metrópoles, incluindo São Paulo, considerada uma das principais cidades desse processo, juntamente com Manchester, Moscou, Paris, Joanesburgo, Guangzhou, Milão, Montreal, Amsterdã e Xangai.

 

“O processo e a necessidade de transformação da mobilidade urbana vêm ganhando espaço a partir da pandemia, reforçando a urgência de implementação do modelo compartilhado, integrado e sustentável e exigindo mais adaptação de formas convencionais”, cita Paula Faria, CEO da Necta e idealizadora do Connected Smart Cities & Mobility.

 

“Incorporar soluções multimodais e tecnologias, além das tendências de locomoção, como o uso da bicicleta, caminhada, carona solidária, transporte por aplicativo, veículos elétricos, entre outras, ajudará na oferta de um transporte público mais robusto, seguro e com uma tarifa única e justa, favorecendo, principalmente, a população mais pobre e sempre mais penalizada nos deslocamentos”, diz ela.

 

Faria entende que a pauta está bem estabelecida no Brasil, mas é necessária a colaboração entre setor público e privado, com o objetivo de melhorar, ampliar e agilizar a implementação de projetos. “Precisamos reforçar o papel de cada ator, em que destaco os governos, por meio do incentivo de mudanças de comportamento e promoção da regulamentação; o setor privado, com oferta de tecnologia e serviços; e a sociedade, que tem o papel de fiscalizar e acompanhar a efetividade das propostas”. (O Estado de S. Paulo/Mobilidade)