AutoIndústria
Balanço do encerramento dos dois primeiros meses do ano do setor automotivo apresentado pela Anfavea, na sexta-feira, 5, aponta que o ritmo de produção segue em alta para suprir a demanda do transporte de carga. No acumulado de janeiro e fevereiro, as linhas de montagem produziram 20,3 mil unidades, volume 24,9% superior ao registrado no mesmo período do ano passado de 16,3 mil caminhões.
O resultado é considerado expressivo pela associação. Cabe lembrar que a base de comparação ainda não trazia os impactos negativos provocados pela pandemia da covid-19 no volume de produção, surgidos somente a partir de março. Depois, a indústria também enfrenta dificuldades de desabastecimento de peças e componentes e gargalos logísticos que atrasam entregas.
Somente no mês passado, as fabricantes produziram pouco mais de 11,8 mil caminhões, volume que representou altas de 37,9% em relação à produção de janeiro, de 8,5 mil unidades e de 29,3% na comparação com fevereiro de 2020, quando saíram das linhas 9,1 mil unidades. Impulsionaram o resultado as categorias de semipesados e pesados. Ambas responderam por 78% do total produzido em fevereiro.
“Apesar das dificuldades de fornecimento, a indústria até agora tem conseguido atender à demanda. O desempenho até aqui mostra a tentativa de contornar os problemas logísticos, como também de recompor estoques”, resume Marco Saltini, vice-presidente da Anfavea. “O segmento começa o ano com volumes adequados para o mercado, mas ainda há muitas incertezas e os desafios permanecem.”
Embora nebuloso, a demanda aquecida no segmento de caminhões foi a principal responsável pelo aumento do emprego no setor automotivo. No mês passado, a indústria de veículos encerrou o período com mais de 104,6 mil empregos, crescimento de 1,2% sobre janeiro ou 1,2 mil posições a mais.
Na conta, certamente os anúncios de abertura de 1 mil vagas na Mercedes-Benz e outras 400 na Volvo contribuíram com a expansão. “A maior parte é de temporários, até por uma questão da falta de visibilidade para o ano, mas não deixa de ser uma boa notícia”, conta Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea. (AutoIndústria/Décio Costa)