AutoIndústria
A Renault do Brasil anunciou na segunda-feira, 1º de março, investimento de R$ 1,1 bilhão para o período de 2021-2022. Com o recurso a fabricante programa a renovação de cinco modelos da linha atual, além de iniciar oferta com novo motor 1.3 turbo. Na esteira das novidades também desembarcarão por aqui dois veículos elétricos, um deles o novo Zoe previsto para chegar ainda para no primeiro semestre deste ano.
Segundo Ricardo Gondo, presidente da Renault do Brasil, em conferência online com a imprensa especializada, o investimento validado é mais curto do que habitual aplicado pela empresa, normalmente definido para quatro anos. Para investir, justifica, considera-se o contexto no País, no qual variáveis como custos logísticos, tamanho de mercado e competitividade são determinantes.
“O anúncio do investimento é um passo importante e um bom sinal para validar novos projetos de 2023 em diante”, observa. “As negociações para isso continuam, mas dependem de melhorias no contexto.”
O aporte também encaminha as novas diretrizes da empresa em buscar mais rentabilidade. A estratégica procura ofertar produtos com maior valor, ainda que possa sacrificar participação. “Desde o ano passado, a Renault já reorganiza mix de modelos e versões na linha, deixando de oferecer algumas opções, casos de algumas variantes do Sandero, e privilegiando outras mais rentáveis.”
O presidente da Renault exemplifica o futuro motor 1.3 turbo como medida que traduz parte dos novos objetivos. “Além de passar a atuar em segmento que até agora não estamos, ofereceremos um produto com maior valor.”
Gonda conta que o acordo coletivo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) e os funcionários da Renault aprovado no ano passado teve papel preponderante na aprovação do investimento. Para o dirigente, o acordo, com validade de quatro anos, proporcional previsibilidade e flexibilidade para a operação.
No ano passado, Renault e trabalhadores aprovaram acordo que colocou fim a uma greve de três semanas no Complexo Industrial Ayrton Senna, em São José do Pinhais (PR). Dentre os itens negociados, a reversão da demissão de 747 funcionários para abertura de PDV ou lay-off. “Na ocasião reduzimos o ritmo da fábrica de três para dois turnos. Estamos agora adequados ao tamanho do mercado, mas ainda temos um excedente em lay-off, em negociação com sindicato”, diz Gondo sem revelar a quantidade de pessoas. (AutoIndústria/Décio Costa)