Diário do Comércio-MG
Depois de amargar perdas de quase 30% no ano passado e iniciar o ano ainda em meio à crise com falta de produtos e de insumos, preços elevados e novas restrições de funcionamento em função da pandemia de Covid-19, o setor automotivo ainda tem o que comemorar.
Pelo menos a fábrica da Fiat em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que acaba de alcançar a marca de 15 milhões de transmissões produzidas e está prestes a inaugurar a nova planta de motores turbo.
Segundo a montadora, que com a fusão entre Fiat-Chrysler e o Grupo PSA passou a integrar a Stellantis, apesar de todos os percalços causados pela crise sanitária, a meta é encerrar 2021 com crescimento.
No ano passado, saíram da linha de montagem 320 mil unidades. A expectativa para este ano é de que a produção amplie 60%, ultrapassando 500 mil transmissões.
De acordo com o diretor de Manufatura da Stellantis para a América do Sul, Pierluigi Astorino, a unidade de transmissões tem uma motivação histórica, porque nasceu junto com o Polo Automotivo de Betim, em 1976. Para ele, a produção de 15 milhões de transmissões representa um marco que abre novos horizontes para o futuro.
“Esse é um produto onde temos as melhores tecnologias com mais 300 peças que usinamos e montamos na unidade. Não somente pela quantidade produzida, mas pelo crescimento de um time industrial com competência e engajamento”, comentou em vídeo institucional veiculado pela empresa nas redes sociais.
A unidade de transmissões faz parte do Polo Powertrain de Betim, cuja capacidade anual de produção é superior a 700 mil motores, número que será ampliado, nos próximos meses, com a inauguração da planta de motores turbo.
“Estamos preparados para o futuro e bem próximos de alcançar o objetivo de sermos o maior hub de powertrain da América do Latina”, completou Astorino.
Com cerca de 800 empregados, em dois turnos, a unidade é responsável pela fabricação dos câmbios C-513, que equipa a Nova Fiat Strada, Argo, Mobi, Uno, Cronos, Fiorino e Grand Siena, e C-510, presente, dentre outros, nas versões manuais do Fiat Toro e Jeep Renegade.
Ampliação
Em visita ao Brasil em meados de 2019, o então CEO mundial da FCA, Mike Manley, anunciou aportes para a instalação de uma nova fábrica de motores GSE Turbo no Polo Automotivo da RMBH.
Essa será a primeira fábrica de motores turbos da Fiat no Brasil e o investimento foi disputado entre o mercado mineiro e o chinês, mas Minas Gerais acabou conquistando a fábrica, que vai gerar 300 empregos diretos e outros 900 indiretos.
Conforme já publicado, a nova família de motores são GSE Turbo de três e quatro cilindros, batizados de T3 e T4, além do E4. A capacidade de produção da nova fábrica será de 400 mil motores e transmissões por ano.
Com isso, Betim será o maior polo produtor de motores e transmissões da América Latina, com capacidade de produção de 1,3 milhão de unidades por ano a partir dos próximos meses.
Os investimentos fazem parte de um pacote de R$ 8,5 bilhões destinado à planta mineira – o maior da história da unidade, que inclui ainda 15 ações de produto até 2024, entre novos modelos, renovações e séries especiais. (Diário do Comércio-MG/Mara Bianchetti)