AutoIndústria
Os proprietários de veículos da Ford começam a sentir no bolso os efeitos da decisão da montadora de encerrar a produção no Brasil. Mesmo integrando o segmento de maior demanda e o que mais cresce no mercado interno, o valor de um EcoSport seminovo despencou.
Levantamento da Mobiauto nas últimas semanas mostra que o preço do SUV com um ano de utilização recuou o triplo do que os índices registrados por alguns dos principais concorrentes.
A comparação leva em conta apenas as versões mais vendidas de cada veículo ano-modelo 2020 com relação ao mesmo produto ano-modelo 2021. Se o EcoSport Freestyle 1.5 está cotado agora por 80,7 mil, desvalorização de 8,94%, o Chevrolet Tracker LT custa 100,7 mil, queda de 3%, e o Jeep Renegade Longitude sai por 90,1 mil, 3%
Sant Clair Castro Jr., CEO da Mobiauto, entende que a forte desvalorização do pioneiro SUV nacional e que liderou o segmento por uma década revela o aumento repentino de ofertas após o anúncio do fim de sua produção em Camaçari, BA. “Na pressa de vender o carro, o consumidor reduz o preço e isso aparece nos cálculos de depreciação. Como parte dos compradores se desinteressou pelo carro, as cotações caem ainda mais”, analisa Castro.
A decisão da Ford de se manter no Brasil apenas com produtos importados, após 100 anos de produção local, afetou também os modelos novos. Entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, a cotação real de venda, que considera índices de reajustes e descontos concedidos no varejo, o EcoSport foi o SUV de pequeno porte com menor índice de aumento.
O Freestyle subiu 0,34%, abaixo do Renegade Longitude (0,43), que em breve terá nova motorização, e muito aquém de Tracker (1,9%), do Volkswagen T-Cross (2,4%) e do Nissan Kicks (5,1%), que ganha nova geração esta semana.
“O consumidor não aceita pagar mais caro por um carro prestes a sair de linha. Ainda que as diferenças porcentuais sejam mínimas, o importante é verificar o viés de cada modelo para determinar a tendência de aceitação no mercado”. (AutoIndústria)