Jornal do Carro
Depois de muita especulação, a Mitsubishi finalmente apresentou a nova geração do Outlander. Dotado de um visual bastante chamativo, ele traz referências de Pajero, do Lancer Evolution X e até da Nissan. O fato é que o veículo veio para tentar reconquistar o mercado norte-americano. E quem sabe, de quebra, o brasileiro.
A atualização veio em um bom momento: desde 2012 que o Outlander não trocava de geração. Nesse ínterim, surgiu a aliança Renault-Nissan-Mitsubishi para compartilhamento de plataformas, motores e tecnologia. O novo SUV compartilha a base modular, equipamentos e até motor com o Rogue.
De qualquer forma, seu conceito visual se baseia no protótipo Engelberg Tourer, apresentado no Salão de Tóquio de 2019. O conceito Dynamic Shield foi a grande inspiração para a dianteira, que adota uma grade frontal musculosa e extravagante.
A grade fica entre dois enormes elementos cromados que se assemelham a letra C, uma alusão ao antigo Pajero, de acordo com a montadora. Na parte interna desse molde ficam os faróis, enquanto as luzes diurnas passam para a porção de cima da dianteira e se unem ao “C” cromado.
A traseira, por sua vez, é mais discreta. As lanternas ficaram mais finas e menores. O pára-choque também mudou o formato e, em vez de preto, ele está prateado. Falando em cores, a Mitsubishi disponibilizou oito opções de cores para a carroceria, na maioria em tons pratas e pretos.
Outlander oferece 7 lugares de série
Um dos principais destaques dessa nova geração é mudança no número de ocupantes no SUV. Anteriormente, o modelo oferecia versões com 5 e 7 passageiros. Contudo, agora a carroceria com 3 fileiras é de série.
Além disso, a Mitsubishi resolveu apostar na sofisticação da cabine. O cliente pode escolher entre dois acabamentos, dos quais um utiliza tons de ocre com preto, enquanto o segundo é totalmente branco.
No painel, chamam atenção os dois grandes visores. Agora acoplada na parte de cima do painel, a central multimídia com tela de 12,3″ oferece aparelhamento sem fio com Apple CarPlay e por cabo com Android Auto. Já o painel de instrumentos de 9″ é totalmente digital.
No centro do console, há um botão giratório que permite que o motorista escolha um entre os seis modos de direção.
Motorização pode decepcionar
Sob o capô, o motor pode desapontar por não ir de acordo com seu DNA radical. Ele se trata do PR25DD, o mesmo que equipa o Nissan X-Trail, que é um quatro cilindros de 2,5 litros que gera até 184 cv e 24,9 mkgf. Desse modo, o câmbio é CVT que simula oito machas.
Sem surpresas, o Outlander oferecer as opções de tração dianteira ou integral, o chamado Super All-Wheel Control 4WD.
Vinda incerta ao Brasil
É certo que a nova geração tem foco total no mercado norte-americano. A Mitsubishi vendeu 27% menos carros em 2020 em comparação com 2019. Com modelos e plataformas desatualizadas, a fabricante japonesa perdeu o fôlego nas vendas.
Contudo, essa situação não foi específica dos EUA. Por aqui, o Outlander já viveu dias melhores. Em 2015, o utilitário esportivo chegou a emplacar mais de 8.200 unidades e ficou entre os 10 SUVs mais vendidos no ano. No entanto, a Mitsubishi não chegou a vender nem um terço desse número em 2020. O acumulado registrou apenas 1.998 unidades emplacadas.
Em virtude de ter vendido pouco nos últimos anos, a vinda do Outlander ao Brasil é incerta
As tímidas vendas podem ser um fator negativo para vinda do SUV, de modo que a aliança priorize veículos que podem fazer mais sucesso por aqui. Mas, se o produto vier ao Brasil, ele deve chegar só em 2022.
O modelo começará a ser vendido em abril nos EUA e, só então, saberemos seu preço global se podemos esperar um outro conjunto mecânico mais emocionante em um segundo momento. (Jornal do Carro)