Indústria de caminhões não consegue se adequar ao Euro 6

A Cidade ON

 

A partir do próximo ano vão endurecer as regras para emissões de poluentes no Brasil. Porém, a indústria automotiva não apresentou os veículos pesados adequados ao Euro 6, conjunto de normas utilizado mundialmente para regulamentar a emissão de poluentes de motores a diesel. Por isso, a Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores pediu ao governo para adiar as novas regras, alegando que a pandemia atrasou o trabalho das fabricantes.

 

Já a AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva está solicitando ao Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais uma forma de gerar uma lei complementar relacionada à tecnologia de motores Euro 6 ou Proconve – Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores 8 para o mercado nacional. O Ibama até o momento não se pronunciou.

 

Para que os veículos pesados consigam atingir o nível de emissões determinados pelo Euro 6, terão que usar duas tecnologias aplicadas em 2012, por ocasião da implantação do Euro 5 ou Proconve7. Hoje as duas tecnologias são usadas separadamente: ou SCR (Selective Catalytic Reduction ou Redução Catalítica Seletiva) ou o EGR (Exhaust Gas Recirculation ou Recirculação de Gases de Exaustão). Isso deixaria os veículos com motores a diesel mais caros e pesados, necessitando de um grande trabalho de reengenharia.

 

Diferentemente da Europa, que já tem em funcionamento há muitos anos o Euro 6, a futura legislação para o mercado nacional não determina qual a tecnologia deverá ser usada. Apenas estipula a quantidade de emissões.

 

Se não houver novidades com relação às solicitações feitas pelas entidades ao governo, os caminhões novos devem atender ao Euro 6 ou Proconve 8. Os caminhões que já estão em produção poderão ser vendidos durante todo o ano de 2022. Mas a partir de 2023 todos têm que atender à nova legislação.

 

Entenda a novas regras

 

O Proconve 7, atualmente em vigor, permite que a emissão de gases seja no máximo de NOx (óxido de nitrogênio) 2 gramas por quilowatt. Já no Proconve 8, o limite máximo de emissões de NOx cai para 0,4 grama.

 

O processo de homologações de veículos também será muito mais rigoroso. Os testes até o momento são somente de bancada. Nas novas regras, será exigida também a medição de emissões em uso real, com um PEMS (Portable Emissions Measurement Systems). Isso significa cinco vezes mais trabalho.

 

O Ibama também vai promover a verificação dos caminhões a cada dois anos. (A Cidade ON)