Jornal do Carro
A Honda vive atualmente uma entressafra no Brasil. Em 2020, a japonesa vendeu pouco mais de 84 mil carros, e foi só a 9ª colocada entre as marcas. Mas essa fase logo vai passar. A montadora prepara uma ofensiva que terá início neste ano com o lançamento da sétima geração do City.
No Brasil, o Honda City é vendido desde 2009 apenas na carroceria sedã. Mas os brasileiros em breve irão conhecer também a versão hatchback. O modelo já está registrado no país e será a principal novidade da marca japonesa em 2021, inicialmente com a chegada da carroceria sedã.
Esta não será a primeira vez que o City tem uma variante hatchback. Na verdade, o compacto nasceu como um hatch no início da década de 1980. Somente 15 anos depois da estreia, em 1996, o City passou a ser produzido na carroceria sedã. E depois veio o Fit, já em 2001.
Desde então, o City já teve quatro gerações. O que muda agora é a estratégia do produto. A nova geração terá foco nos países emergentes, como o Brasil. Enquanto isso, o novo Fit terá papel mais tecnológico dentro da gama de compactos da Honda, objetivando mercados mais ricos.
Rival de Onix, Polo e Yaris
A Honda está próxima de concluir a transferência da produção da fábrica de Sumaré para a unidade (maior e mais moderna) de Itirapina, ambas no interior paulista. É lá que a nova geração do City será produzida. Primeiro vem o sedã, em meados deste ano. Depois o hatch, em 2022.
A plataforma é a mesma do novo Fit, o que vai permitir manter, por exemplo, o adorado sistema de rebatimento dos bancos traseiros. Entretanto, o City hatch vem brigar com modelos de grande volume, como Chevrolet Onix, Fiat Argo, Hyundai HB20, VW Polo e Toyota Yaris.
Um dos trunfos do novo Honda City perante os rivais será o tamanho. O hatch compacto será quase um médio, com 4,34 metros de comprimento, 1,74 m de largura e 1,48 m de altura, ficando próximo até de SUVs compactos. Já o entre-eixos vai preservar os 2,59 m do sedã.
Por sinal, com 4,54 m de comprimento, o novo City sedã terá um dos maiores porta-malas da categoria com 506 litros. Da mesma forma, o hatch deverá ser referência em espaço para bagagens e passageiros. E haverá mimos, como saídas de ventilação para o banco traseiro.
Por enquanto, nada de turbo
Na Tailândia, a nova geração do Honda City conta com um motor 1.0 turbo a gasolina capaz de gerar 122 cv de potência e 17,6 mkgf de torque. A transmissão é automática CVT. Este é o conjunto mecânico que seria mais indicado ao novo City no Brasil. Mas não deve ser assim.
Segundo o Autos Segredos, a Honda brasileira vai instalar no compacto o novo motor 1.5 16V lançado na Índia. Dotado de sistema de injeção direta, o propulsor tem a base do 1.5 turbo das versões Touring de Civic e HR-V, porém sem a turbina. A versão flexível pode chegar a 130 cv.
A decisão pelo 1.5 aspirado se deve aos custos maiores do motor turbo. O que mostra que o novo Honda City terá um pé no custo-benefício, apesar de a Honda ter elevado o patamar de preços de seus carros nos últimos anos. Os preços não poderão ficar muito acima do Toyota Yaris.
Enfim, o controle de estabilidade
A nova geração do Honda City vai corrigir uma defasagem grosseira no modelo. Finalmente, o compacto da marca japonesa virá de fábrica com o programa eletrônico de estabilidade (ESP). A mudança chega às vésperas da exigência legal do dispositivo, prevista para 2023.
De resto, o novo City vai entregar um pacote de conteúdos similar ao dos concorrentes. Na Índia, o compacto sai de fábrica equipado com airbags frontais e laterais, Isofix com Top Tether para cadeirinhas infantis, freios ABS com EBD, e assistente de arranque em subidas (Hill Assist).
Versões mais caras adicionam airbags de cortina, sistema LaneWatch com câmera que projeta a visão lateral na multimídia, e o pacote Sensing. Este reúne controle de cruzeiro adaptativo, faróis automáticos, assistente de permanência em faixa e frenagem automática de emergência.
Já entre os conteúdos de conveniência, o novo City terá itens elementares, como chave presencial, acionamento do motor por botão, ar-condicionado digital, retrovisores com rebatimento elétrico, além de faróis e lanternas full LED. A nova multimídia de oito polegadas fecha a lista.
Honda Fit vai sair de linha no Brasil?
Com a oferta do novo City nas versões hatch e sedã, é esperado que a marca japonesa deixe de comercializar o Fit no Brasil. Por outro lado, o modelo tem um público cativo. Dessa forma, ainda é possível que os brasileiros conheçam a nova geração lançada no fim de 2019.
Já a produção do Civic deve mesmo encerrar no Brasil. Assim, a nova geração virá importada. Com os novos City hatch e sedã nacionais, além da nova geração do SUV HR-V, a Honda terá mais condições de crescer as vendas e buscar maior participação de mercado. (Jornal do Carro)