Depois de um ano ruim, Scania quer avançar em 2021

Frota & Cia

 

“Um ano de muitos desafios”. Assim o diretor de Vendas de Soluções da Scania no Brasil, Silvio Munhoz, resumiu o ano de 2020 para toda a imprensa especializada, no tradicional balanço anual da empresa, realizado hoje (5) no formato virtual. Munhoz e o vice-presidente das Operações Comerciais da Scania no Brasil, Roberto Barral, reconheceram que a montadora registrou perdas bem acima do esperado no período, tanto em volume de vendas quanto na participação de mercado. Nos caminhões, o recuo foi de 31,8%, como resultado do licenciamento de 8.690 unidades em 2020, ante 12.755 caminhões do ano anterior. Já nos ônibus a queda foi ainda maior: 43,7% (394 versus 901 unidades no comparativo do biênio). Em consequência do fato, a Scania viu sua participação de mercado cair de 12,7% para 9,70% no mercado de ônibus e de 4,3% para 2,8% no segmento de chassis.

 

A justificativa, segundo os executivos, é o modelo de produção adotado pela empresa. “Ao contrário dos outros fabricantes não temos veículos em estoque, seja na fábrica ou nas revendas, porque nosso sistema de produção funciona exclusivamente sob demanda. Como a fábrica ficou fechada por um mês, não tivemos como atender aos clientes”, explica Barral.

 

Conquistas no ano

 

Apesar dos reveses, a filial brasileira da montadora sueca comemora as inúmeras conquistas no ano. A começar pelo sucesso da Nova Geração de Caminhões da marca, lançada em 2018. Além da entrega de 70 caminhões a gás no período, como parte de sua estratégia de transição para um transporte mais sustentável; a reconquista do título de principal mercado da Scania no mundo; a marca de mais de 40 mil veículos conectados e a venda de 1.830 motores estacionários, entre outras. Prova da confiança no país é o anúncio de um novo plano de investimentos da ordem de R$ 1,4 bilhão para o período 2021 a 2024.

 

Em relação ao ano em curso, a Scania se mostra bastante otimista. A empresa segue as projeções da Anfavea, que estima um crescimento de 15% para o mercado de caminhões e de 13% para os ônibus. “É lógico que a pandemia continua e segue impactando o mundo, mas o setor de transportes iniciou uma retomada a partir de agosto passado e não há sinais de desaceleração”, afirma Silvio Munhoz, confiante na expectativa de 5% de crescimento da economia brasileira esse ano, segundo o Banco Central.

 

Outra aposta da empresa é o crescimento de 38% nas vendas dos programas de manutenção Scania e de 26% no portfólio de planos ativos. “O ano de 2020 foi o melhor da história de Serviços em muitos indicadores, mas acredito que nossa maior realização foi a resiliência com que nossa rede de concessionárias e nossas equipes de oficina enfrentaram as situações adversas que se apresentaram”, ressalta Marcelo Montana, diretor da área. (Frota & Cia/José Augusto)