AutoIndústria
Com desempenho melhor do que o dos veículos novos ao longo do último semestre de 2020, o mercado de veículos usados iniciou o ano com vendas em queda. O total de 1.159.997 unidades negociadas em janeiro é 4,1% inferior ao registrado no mesmo mês do ano passado (1.210.465) e 27,1% abaixo do comercializado em dezembro (1.592.2480).
Esse último comparativo reflete um comportamento tradicional em toda virado do ano, em função das despesas das famílias em janeiro e fevereiro, com escolas e impostos. Mas o recuo sobre janeiro de 2020 pode ser um indicativo de desaceleração das vendas no segmento.
“O agravamento da Covid-19 e o esgotamento das redes hospitalares em algumas localidades têm restringido as operações do comércio e impactado os resultados de vendas”, comenta o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, lembrando que as concessionárias de algumas regiões, como as de São Paulo, não puderam abrir no último final de semana de janeiro.
Mas o que mais preocupa no momento é o aumento do ICMS para veículos usados no Estado de São Paulo, que representa quase 40% das vendas desse segmento no País. Fenabrave e Sincodiv-SP, inclusive, já abriram ação judicial para tentar reverter a medida, assim como outras entidades do setor e do comércio em geral.
Na avaliação do presidente da Fenabrave, os impactos desse “abusivo aumento do ICMS” devem ser sentidos mais fortemente a partir de fevereiro. “Esse aumento inviabiliza o mercado formal, ameaça o fechamento de empresas, compromete empregos e ainda onera o preço dos carros aos consumidores/contribuintes. Tudo isso em meio a uma pandemia que ainda assola a economia”, criticou Assumpção Júnior.
Todos as categorias de veículos usados tiveram desempenho negativo neste início de ano. No caso dos automóveis e comerciais leves, os negócios em janeiro apresentaram queda de 5,1% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foram 869.169 transações ante as 916.360 do primeiro mês de 2020. Em relação a dezembro do ano passado, o recuo chegou a 27,9%.
Do total comercializado no segmento de veículos leves, os seminovos, com 1 a 3 anos de fabricação, representaram 9,7% das negociações. A relação entre novos e usados ficou em 5,3 automóveis usados para cada 0 km comercializado no País. (AutoIndústria)