Diário do Transporte
Dos grandes terminais às pequenas rodoviárias, os ônibus de dois andares, os chamados DDs (Double Decker), estão cada vez mais presentes.
Estes veículos hoje são considerados queridinhos dos passageiros, pelo conforto e a experiência de poder “viajar no alto”, e das empresas de ônibus pelo custo/benefício, logicamente dependendo da do serviço.
De acordo com a configuração interna, é possível conseguir diversas alternativas, como maior número de passageiros em um único veículo; mais de uma categoria no mesmo ônibus, como por exemplo, leito total embaixo e executivo em cima; ou ampliar o luxo e o espaço deixando o transporte rodoviário competitivo a algumas rotas aéreas: a velocidade é inferior, mas o conforto pode ser muito superior com um preço menor.
Essa evolução dos DDs, presentes até em linhas de menor distância e traslados curtos de fretamento, pode ser traduzida em números.
Como exclusividade, ao Diário do Transporte, a Marcopolo, que detém a liderança no mercado de rodoviários, informou que os Double Deckers conquistaram o segundo lugar em faturamento, ficando atrás apenas do modelo urbano Torino.
“De 2010 a 2020, os DDs foram responsáveis por 15,60% do faturamento do Negócio Ônibus Mercado Interno, sendo o segundo produto com mais relevância no faturamento da Companhia, atrás somente do Torino motor dianteiro, com 25,46%. Dentre os Rodoviários, o DD representa 28,00% no faturamento do Negócio Ônibus Mercado Interno”. – diz nota da fabricante ao Diário do Transporte
Claro que não significa necessariamente que em números o DD é o segundo mais vendido, mas o faturamento expressivo é explicado também pelo valor agregado destes ônibus que, também dependendo da configuração, podem ultrapassar facilmente de R$ 1 milhão cada.
Os dados da Fabus, entidade que reúne as encarroçadoras, mostram que os ônibus de dois andares respondem por 18% do mercado de rodoviários. A Marcopolo lidera com 75%, conforme explica na resposta.
“De 2018 até 2020, 10.204 ônibus rodoviários foram emplacados. Destes 10.204, 1.838 foram DDs (correspondendo em 18% do mercado de Rodoviários no período). Destes 1.838 carros, 1.370 (75% do Mercado) são da Marcopolo, 393 (21%) da Comil e 75 (4%) da Busscar, que são, atualmente, os únicos players que fabricam este tipo de produto.
Se pegarmos somente os ônibus de motor traseiro (carros pesados, desde Paradiso 1050 até o DD), chegamos num total de 5.206 carros emplacados no mesmo período. 4.060 pela Marcopolo (78%), 778 pela Comil (15%), 294 pela Busscar (5,6%), 65 pela Irizar (1,2%) e 9 pela Neobus (0,2%). Neste caso, a participação dos DDs se eleva para 35%”
Entre 2018 e 2019, houve um crescimento de mais de 60% do segmento de DDs no mercado de ônibus, ritmo quebrado em 2020 pro causa dos efeitos econômicos da pandemia de covid-19
“O mercado de DDs emplacou 540 unidades em 2018, 863 em 2019 (crescimento de +60%) e 435 em 2020 (decrescímo de -50%).”
A Marcopolo, com base nos dados próprios de produção e da Fabus, também informou os cinco estados cujas empresas mais encomendaram DD. Tanto no recorte somente da marca como na análise dos números de todas as marcas, São Paulo e Paraná lideram os pedidos de ônibus de dois andares rodoviários.
O Top5 de Estados que mais emplacaram DDs de 2018 à 2020:
SP – 325 un.
PR – 245 un.
MG – 209 un.
RS – 183 un.
TO – 125 un.
Quando o mesmo Top5, porém, é analisado somente com base nos emplacamentos da Marcopolo, a lista fica a seguinte:
SP – 244 un.
PR – 186 un.
MG – 163 un.
RS – 126 un.
DF – 103 un.
(Diário do Transporte/Adamo Bazani)