Usinagem Brasil
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), já está procurando possíveis interessados em assumir a fábrica da Ford em Camaçari, cujas atividades foram encerradas neste mês pela montadora americana.
A Ford produzia nesta unidade, aberta em 2001, os modelos Ford Ka e o EcoSport. A empresa também fechou a fábrica de Taubaté (SP) – onde desde 1974 fabricava motores e transmissões – e manterá em operação até o final do ano a unidade de Horizonte (CE), onde produz o jipe Troller.
O foco do governo baiano é o de atrair possíveis investidores da indústria automotiva chinesa. Começou a fazer sondagens junto da embaixada da China no Brasil e colocou no circuito o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, maior revendedor da Ford no país e principal executivo do Grupo Caoa, que produz e comercializa no Brasil a marca chinesa Chery, com a Caoa Chery.
Andrade já estaria conversando com quatro montadoras chinesas – a Changan, a GAC, a Geely e a Great Wall – para a eventual montagem de uma parceria nos moldes da que já mantém com a Chery.
“Lamentamos demais o fechamento das fábricas da Ford, por causa dos impactos socioeconômicos negativos que a medida vai gerar. A empresa é uma importante geradora de empregos e renda na Bahia”, disse Rui Costa, que também está formando um grupo de trabalho com a Federação das Indústrias da Bahia de modo a resolver a situação.
A Caoa tentou no ano passado trazer uma marca chinesa para assumir a fábrica de caminhões que a Ford mantinha no ABC paulista, igualmente fechada pela montadora. O negócio, porém, não se concretizou. O terreno acabou sendo comprado pela Construtora São José.
Mas as chances da unidade de Camaçari são maiores. A fábrica produz 250 mil veículos por ano, 912 veículos por dia ou 1 veículo a cada 80 segundos. Bastante automatizada, ela conta ainda com uma planta de motores no complexo industrial, o que seria estratégico para o aumento de nacionalização de produtos do futuro proprietário.
Outro ponto a favor é que marcas como Changan, BYD e Geely estão em expansão para fora da China e essa fábrica da Ford, diferentemente da unidade do ABC, parece bem mais atrativa para dar início a uma operação brasileira. (Usinagem Brasil)