O Estado de S. Paulo/Reuters
A montadora alemã Volkswagen está em negociações com seus principais fornecedores sobre possíveis reclamações por danos causados pela escassez de semicondutores, disse ontem um porta-voz da empresa.
Montadoras de todo o mundo estão fechando linhas de montagem por causa de problemas na entrega de semicondutores, que em alguns casos foram agravados pelas ações do antigo governo Trump contra as principais fábricas de chips da China.
A escassez afetou a Volkswagen, Ford Motor, Subaru, Toyota, Nissan, Fiat Chrysler e outros fabricantes de automóveis.
“Para a Volkswagen, a principal prioridade é minimizar os efeitos do gargalo do semicondutor na produção”, disse o porta-voz da Volkswagen, acrescentando que a empresa queria resolver o problema em estreita cooperação com seus fornecedores.
Mas o porta-voz acrescentou que essa troca também incluiria o exame de reivindicações pelos danos causados com seus fornecedores.
Entre os fornecedores de automóveis afetados estão Bosch e Continental da Alemanha, que em troca dependem de fornecedores de chips em Taiwan e outros países asiáticos.
A Volkswagen comunicou a seus fornecedores, logo após o primeiro bloqueio na primavera, que estava aumentando a produção para níveis pré-pandêmicos novamente, disseram fontes da indústria.
Demanda vem de mais setores
Ainda assim, os fabricantes de semicondutores mudaram a produção para outros setores industriais com altas taxas de crescimento, como eletrônicos de consumo, o que deixou os clientes da indústria automobilística com menos chips do que o necessário, disseram as fontes.
A revista Automobilwoche informou que a Volkswagen estava em negociações com fornecedores alternativos de semicondutores, mas havia preocupações de que isso pudesse levar a preços mais altos.
A Volkswagen quer garantir que a Bosch e a Continental compartilhem o fardo e compensem parcialmente a empresa pelos custos adicionais, informou a revista.
Uma porta-voz da Bosch disse que a empresa está atualmente se concentrando em manter as cadeias de suprimentos tanto quanto possível. (O Estado de S. Paulo/Reuters/Michael Nienaber)