Setor defende a necessidade de uma política de Estado sobre matriz energética

AutoIndústria

 

A Bright Consulting realizou ontem, segunda-feira 14/12, o quarto webinar do projeto AutomotiveRestart, que teve como tema principal “A grande concertação para a retomada sustentável da indústria automobilística no Brasil: próximos passos.”

 

Foram posições consensuais a necessidade de maior valorização dos biocombustíveis brasileiros no contexto mundial e também a importância de se ter uma política de Estado com relação à nossa matriz energética, com metas de sustentabilidade e mobilidade de longo prazo.

 

O encontro virtual reuniu os presidentes da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, do Sindipeças, Dan Ioschpe, e da AEA, Associação da Engenharia Automotiva, Bezaliel Botelho, além do diretor da CBIE, Centro Brasileiro de Infra Estrutura, Adriano Pires. Também participou do painel o consultor Paulo Cardamone, da Bright Consulting,

 

“O papel do governo é muito maior do que o de ser um regulador. Como na China e Alemanha, que têm políticas de emissões e sustentabilidade definidas para 2050 e 2040, respectivamente, precisamos de uma posição do Estado sobre isso. A indústria precisa ter uma visão de longo prazo para definir investimentos e caminhos a seguir”, comentou Moraes, da Anfavea.

 

Ele destacou, ainda, a necessidade de ser investir em infraestrutura para garantir abastecimentos adequados a partir das matrizes energéticas definidas. Os quatro participantes concordaram com a importância dos biocombustíveis brasileiros, com destaque para o etanol, que nasceu no século passado com o Proalcool.

 

Como disse Botelho, da AEA, o País carece de uma política de Estado em relação à sua matriz energética. Na sua avaliação, o Brasil não tem tido força política para disseminar suas alternativas energéticas globalmente, o que acaba ofuscando o brilho das alternativas disponíveis internamente, dentre as quais o etanol e o biodiesel: “Precisamos ter soluções bem pragmáticas do lado do governo com relação a esse tema”.

 

Ioschpe, do Sindipeças, lembrou que o etanol é uma solução muito boa. “Precisamos fazer a lição de casa para que o Brasil tenha uma integração mais rápida com o resto do mundo. Quanto o tema é redução de emissões de poluentes e mobilidade, não há um caminho só, uma única solução. É um conjunto de alternativas que vai permitir caminharmos para um mundo mais sustentável”.

 

A importância do híbrido flex no caminho da eletrificação foi destacada por Adriano Pires, que também falou da importância do gás natural, que tem disponibilidade no País e pode ser visto como uma energia de transição. “Não temos de imitar o resto do mundo. Podemos encontrar caminhos próprios. A solução mundial passa por soluções regionais e nesse contexto é importante o papel do governo e da classe política para termos uma política de Estado sobre o tema”. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)