Por enquanto, Ford anuncia só modelos importados em 2021

AutoIndústria

 

A Ford parece caminhar rápido para se tornar mais uma importadora do que a fabricante de veículos que sempre foi no Brasil em quase seis décadas. Depois de fechar, no ano passado, sua fábrica de São Bernardo do Campo, SP, e concentrar em Camaçari, BA, a produção dos apenas já veteranos Ka, Ka Sedan e EcoSport, a montadora anunciou nesta terça-feira, 2, os lançamentos que fará aqui em 2021: todos importados.

 

Ao maior mercado da América do Sul, para o qual Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul, projeta 2,5 milhões de unidades em 2021 – 25% acima do que estima para 2020 -, estão reservadas as apresentações da linha de  SUVs Bronco e Mustang Mach 1, produtos de nichos reduzidíssimos trazidos da América do Norte, e a série Ranger Black, fabricada na Argentina.

 

Em seu pronunciamento, nenhuma palavra ainda sobre investimentos em Camaçari, onde a empresa conta com os incentivos os tributários do regime do Nordeste, ou novos produtos nacionais para o ano que vem.

 

Muito diferente do enfatizado por ele para a Argentina, país altamente dependente do próprio mercado brasileiro e para o qual a Ford espera mercado total da ordem de 320 a 340 mil veículos este ano e 400 mil em 2021, ou somente 16% do brasileiro.

 

Para a operação Argentina, Watters confirmou investimento de US$ 580 milhões na nova geração da Ranger, prevista para chegar às ruas somente em 2023.

 

Os recursos contemplarão ainda a modernização da fábrica de Pacheco e, tão importante quanto, “aumento significativo” da localização de peças.

 

Até mesmo o Uruguai, historicamente com produção de veículos marginal na região, terá novidade em 2021. Recentemente, a Ford anunciou que, naturalmente de olho no consumo brasileiro, montará a van Transit na planta da parceira Nordex, projeto da ordem de US$ 50 milhões.

 

“Continuaremos a transformar nosso negócio para ser financeiramente sustentável. Esta é a nossa prioridade e foco”, disse Watters, indicando porque dos recentes e próximos movimentos da empresa na América do Sul, região que, avalia, retornará aos níveis de produção e vendas de veículos de 2019 somente em 2023. (AutoIndústria/George Guimarães)