O Estado de S. Paulo
Uma empresa financeiramente mais robusta, focada na maximização da rentabilidade em benefício de seus acionistas, em busca incessante de custos baixos e eficiência, resiliente a cenários de petróleo mais barato e comprometida com a questão ambiental. Estas são as principais balizas do Plano Estratégico 2021-2025 anunciado pela Petrobrás.
É uma programação conservadora, pois prevê a redução dos investimentos em relação ao plano anterior, bem como da meta de produção nos próximos anos. É o resultado da combinação de redução de ativos – programa iniciado na gestão anterior da estatal para reduzir seu nível de endividamento – e concentração de esforços e investimentos nas áreas de exploração e produção de petróleo e gás.
O plano prevê a produção de 2,75 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/dia) em 2021 e de 3,3 milhões em 2004. Esta última meta é 5,7% menor do que a projetada no plano de negócios anterior, que previa a produção de 3,5 milhões de boe/dia em 2024.
Quanto aos investimentos, devem somar US$ 55 bilhões, mais de um quarto (27,3%) menor do que o previsto no plano para 2020-2024, de US$ 75,7 bilhões. Além de menores, os investimentos dos próximos cinco anos serão fortemente concentrados em exploração e produção de petróleo, que receberão US$ 46,6 bilhões. Mesmo representando 85% do total a ser aplicado pela empresa até 2025, esse valor é bem inferior ao previsto no plano de negócios anterior, que alcançava US$ 64,3 bilhões.
O pré-sal, a área mais promissora que a Petrobrás explora atualmente e ainda com grande potencial produtivo, receberá cerca de 70% dos investimentos em exploração e produção.
Embora a redução de certos parâmetros importantes, como meta de produção e programa de investimentos, possa sugerir enfraquecimento da empresa, o que se busca, na justificativa convincente de sua diretoria, é fortalecer cinco pilares: maximização dos rendimentos do capital e do trabalho; redução do custo do capital; custos baixos e eficiência; meritocracia; e segurança, saúde e respeito às pessoas e ao meio ambiente.
Algumas dessas metas podem ser consideradas ambiciosas para uma empresa petrolífera num mercado em transição, no qual é crescente a demanda por energias renováveis e que preservem o meio ambiente. (O Estado de S. Paulo)