Europa cria novas regras para acabar com os carros a gasolina

Portal Exame/Bloomberg

 

A Europa adota medidas sem precedentes para eliminar carros movidos a gasolina e diesel e acabar com a era de quase 150 anos do motor de combustão interna.

 

No Reino Unido, a venda de carros a gasolina e diesel será proibida a partir de 2030, enquanto a Alemanha aprovou uma extensão de quatro anos de subsídios para veículos elétricos. As medidas refletem a abordagem combinada de incentivos e penalidades de governos para que montadoras passem a fabricar carros movidos a bateria. A pressão regulatória já ajudou os veículos elétricos a conquistarem uma fatia maior das vendas de carros de passageiro na Europa do que em qualquer outro mercado de automóveis desenvolvido no mundo.

 

A indústria pediu ajuda porque as vendas estão caindo novamente devido à pandemia. Também haverá desvantagens: a necessidade de menos trabalhadores para a fabricação de carros movidos a bateria deve resultar em dezenas de milhares de demissões nos próximos anos. E, embora os custos estejam caindo, os veículos elétricos ainda levarão anos para alcançar a paridade de preço com carros a gasolina e diesel, aos quais os consumidores estão acostumados.

 

“A longo prazo, os dias do motor de combustão interna na Europa estão contados”, disse por telefone Colin McKerracher, responsável por transporte avançado da BloombergNEF. “Embora a política esteja direcionando o lado da oferta, também há uma demanda real por esses veículos. As pessoas que compram veículos elétricos os adoram”.

 

A BMW disse na quarta-feira que vai gastar 400 milhões de euros (US$ 475 milhões) para adicionar uma linha de montagem de carros elétricos em sua principal fábrica em Munique. Até o final de 2022, cada uma das fábricas alemãs da montadora produzirá pelo menos um veículo totalmente elétrico.

 

O Reino Unido antecipou a proibição de carros a gasolina e diesel em uma década, mas o plano de 10 pontos do governo para promover uma “revolução industrial verde” não adota uma abordagem totalmente proibitiva. O primeiro-ministro Boris Johnson anunciou quase 2,4 bilhões de libras (US$ 3,2 bilhões) em subsídios e suporte para infraestrutura de carregamento, desenvolvimento e produção de veículos elétricos.

 

Esse apoio será apenas parcialmente compensado pelas incertezas do Brexit que rondam o setor e empalidece em comparação com a ajuda da Alemanha. O governo da chanceler Angela Merkel está oferecendo às montadoras e fornecedores 5 bilhões de euros como ajuda durante a crise de coronavírus e para investimentos em carros elétricos. (Portal Exame/Bloomberg)