O Estado de S. Paulo
O fato de o Brasil ter avançado três posições e se tornado um dos dez maiores produtores mundiais é uma das grandes mudanças pelas quais passou o ambiente da produção de petróleo no País nos últimos dez anos. Para marcar o décimo aniversário de seu boletim mensal da produção nacional, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) publicou um encarte especial contendo as transformações mais importantes ocorridas no setor de produção de petróleo. São mudanças notáveis.
Nos últimos dez anos, a produção do pré-sal cresceu vertiginosamente, o que o transformou, diz a ANP, na “fronteira protagonista da indústria offshore em águas profundas do mundo”. Foi a produção do pré-sal que contribuiu de maneira decisiva para que, entre 2010 e 2020, o Brasil passasse da 13.ª para a 10.ª posição no ranking dos maiores países produtores de petróleo.
A observação, pela agência reguladora do setor de petróleo e gás, de que a produção do pré-sal cresceu praticamente 60 vezes no período (aumento de 5.877%) deve ser avaliada com cuidado, pois aba sede comparação (a produção inicial, ainda em fase de testes e experimentações) é naturalmente muito baixa. Mas os números absolutos da evolução dessa produção são exuberantes.
Em maio de 2011, a produção do pré-sal superou 100 mil barris/dia de petróleo. Em junho de 2016, alcançou 1 milhão de barris/dia. Em abril de 2017, a produção do pré-sal superou a do pós-sal. Em novembro de 2018, a produção acumulada do Campo de Tupi (antigo Campo de Lula) chegou a 1 bilhão de barris.
Em setembro, da produção nacional total de petróleo e gás de 3,695 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), 2,587 milhões (ou 70%) vieram do pré-sal. O recorde da produção brasileira foi alcançado em janeiro deste ano, coma média de 4,04 milhões de boe/d. No ano, a média é de 3,79 milhões de boe/d.
A decisão da Petrobrás de se concentrar na exploração e produção de petróleo e gás, reduzindo ou encerrando sua participação em outros segmentos da indústria petrolífera, vem dando resultados positivos. E é a melhor, pois é vital utilizar o máxi modo potencial produtivo do País no menor prazo, pois o tempo de utilização de combustíveis fósseis um dia acabará. E, historicamente, esse dia não está longe. (O Estado de S. Paulo)