Mercado de veículos pesados cresce, mas com gargalos

AutoIndústria

 

No mês passado, o mercado de veículos pesados mostrou mais um resultado positivo, apesar das incertezas no cenário econômico impostas pela pandemia da covid-19.

 

Em outubro, de acordo com relatório da Fenabrave divulgado na quarta-feira, 4, as vendas somaram pouco mais de 9,8 mil caminhões e ônibus, em alta de 9,86% em relação a setembro, quando registrou 8,9 mil unidades licenciadas dos segmentos. O desempenho, no entanto, segue em queda de 19,59% no confronto com outubro do ano passado (12,2 mil unidades).

 

No ano também o resultado se mantém em retração de 19,93%. Enquanto as vendas de janeiro a outubro do ano passado alcançaram 106,7 mil caminhões e ônibus, os licenciamentos do atual exercício chegaram a 85,6 mil unidades.

 

Pelos números e análise da Fenabrave, os mercados de caminhões e ônibus enfrentam ambientes de negócios opostos. Enquanto a demanda pelo transporte de carga se mantém em alta, a de passageiros sumiu, com a maior parte das entregas para o governo.

 

Em outubro, os licenciamentos de caminhões anotaram alta de 7,76% com 7,9 mil unidades ante 7,3 mil registradas no mês anterior. Na comparação com outubro de 2019, quando as vendas somaram 9,4 mil unidades, a queda foi de 16,12%.

 

No acumulado de janeiro a outubro, os 70,5 mil caminhões emplacados representaram recuo de 16,23% em relação às 84,2 mil unidades vendidas no mesmo período do ano passado.

 

Segundo Alarico Assumpção Júnior, há oferta de crédito com taxas atrativas abaixo de 1% e amplo nível de aprovação ao financiamento, sete de cada 10 solicitações. O segmento, no entanto, enfrenta dificuldades no chão de fábrica. “O mercado de caminhões continua aquecido, mas a falta de componentes ainda causa problemas na produção. Por esse motivo, já estamos operando com pedidos até para abril de 2021, em alguns modelos.”

 

No segmento de transporte de passageiros, as vendas de outubro somaram 1,8 mil ônibus, alta de 19,92% em relação a setembro, de 1,5 mil unidades. Os confrontos com o ano passado, no entanto, mostram o quanto da demanda por ônibus desapareceu. Na comparação com outubro de 2019 (2,7 ml unidades), a baixa foi de 31,8%, e no acumulado do ano, com 14,9 mil ônibus entregues, o declínio chegou aos 33,76%.

 

“As empresas de transporte, tanto as urbanas quanto as rodoviárias, vêm enfrentando problemas gerados pela pandemia. Além disso, a indústria também começa a sofrer problemas com o fornecimento de componentes. Até agora, grande parte do volume vendido ainda se deve ao Programa Caminho da Escola”, resume Assumpção Júnior. (AutoIndústria)