Escassez de aço pode prejudicar crescimento do setor automotivo

AutoIndústria

 

É consenso no setor automotivo que a retomada do mercado está sendo mais acelerada do que se previa no começo da pandemia. Ante previsão anterior da Anfavea de se retomar os números de 2019 – 2,6 milhões de automóveis e comerciais leves – somente em 2025, agora já há apostas de que isso possa ocorrer em 2022.

 

Tal projeção, inclusive, foi feita pelo presidente da Nissan do Brasil, Marco Silva, durante o lançamento do novo Versa nesta quarta-feira, 28, quando revelou estimativa de um mercado em torno de 2,4 milhões a 2,5 milhões de unidades já no ano que vem, o que representaria crescimento na faixa de 30% sobre o total de 1,85 milhão a 1,9 milhão estimado para 2020.

 

Há, no entanto, fatores que podem inibir a retomada do setor nos novos níveis programados. Dentre eles, Silva destaca a disponibilidade de matéria-prima e a inevitável alta no preço dos automóveis por causa do câmbio e da própria elevação dos custos.

 

“Vai ter limitador de crescimento em 2021”, comenta o presidente da Nissan. “Há escassez de matérias-primas, principalmente aço e algumas resinas, tanto para nós como para os fornecedores. E todos sabem que o preço dos carros de todas as marcas está subindo, movimento que tende a continuar por causa da alta dos custos”.

 

Em entrevista online concedida após o lançamento do novo Versa importado do México, o executivo falou que com o dólar nos níveis atuais o Brasil está mais competitivo e há potencial de fornecedores brasileiros ampliar vendas para a fábrica da marca no México.

 

“Já seguem para lá componentes específicos do Versa que vem para o Brasil, principalmente os referentes à motorização flex. Mas há espaço para as autopeças aqui instaladas ampliarem os negócios externos”. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)