O Estado de S. Paulo
A produção industrial do Estado de São Paulo cresceu 4,8% entre julho e agosto e, embora ainda apresente queda de 4,1% comparativamente a agosto de 2019, destaca-se como a de maior influência na recuperação do setor secundário no País. Um dos motores dessa retomada foi a área de veículos, mas também foi registrado um bom desempenho do segmento de máquinas e equipamentos.
Na avaliação de Bernardo Almeida, gerente da Pesquisa Industrial Mensal Regional (Pim-regional) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção paulista foi quase totalmente retomada após o baque decorrente da pandemia de covid-19. Em relação a fevereiro, há uma modesta queda de 0,6% da indústria paulista, que vem crescendo pelo quarto mês consecutivo, período em que acumulou alta de 39,8%.
Segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), a recuperação paulista também foi marcada pelo aumento da produção de produtos alimentícios, sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene, bem como por coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis, além de farmoquímicos e farmacêuticos.
Entre julho e agosto, a produção industrial cresceu em 12 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE. Além do Rio de Janeiro, destacaram-se os Estados de Santa Catarina, Ceará, Rio Grande do Sul e Amazonas, com evolução superior à média nacional. O patamar pré-pandemia já foi superado por Amazonas, Pará, Ceará, Minas Gerais e Pernambuco.
Não só a indústria, mas a economia brasileira começa a recompor o nível de atividade. Para isso é relevante a retomada do varejo, que ajuda a preservar a demanda de bens industriais. Em agosto, os indicadores das vendas varejistas foram superiores aos de 12 meses antes.
A dúvida está na sustentabilidade da alta depois que forem encerrados os pagamentos do auxílio emergencial, que recompôs a renda de dezenas de milhões de famílias. Um bom exemplo da influência do auxílio é a Região Nordeste, cuja produção industrial cresceu 3% entre julho e agosto e 2,7% comparativamente a agosto de 2019, mas ainda cai 5,5% em relação a fevereiro deste ano, antes, portanto, dos efeitos da pandemia. O Nordeste é uma das áreas mais beneficiadas pelo estímulo fiscal. (O Estado de S. Paulo)